Na passada sexta-feira, 9 de dezembro, o município de Alenquer formalizou o compromisso na execução do Plano AgIR, com a assinatura do protocolo e da carta de intenções, envolvendo várias indústrias do concelho.
O plano, com duração de quatro anos, é promovido pela Águas do Tejo Atlântico (AdTA), em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e com o apoio do Fundo Ambiental (4,4 milhões de euros), envolvendo os 23 municípios servidos pela AdTA.
Num comunicado, o Município de Alenquer adianta que o principal objetivo é “melhorar a capacidade de resposta operacional das Fábricas de Água (ETAR)”, com vista à “redução de riscos ambientais provocados pela presença indevida de agentes poluentes no processo de tratamento”, pelo que será “promovida a formação de técnicos dos municípios e das indústrias no domínio da gestão dos efluentes industriais”.
Para o Presidente da Câmara Municipal de Alenquer, Pedro Folgado, “este processo é importante, porque temos muitas empresas e precisamos deste apoio. Foi, por isso, com muita satisfação e empenho que decidimos abraçar este projeto e cooperar no necessário”. O autarca acredita que “é uma oportunidade que temos, enquanto território, mas também para as empresas e para a Águas do Tejo Atlântico. Parece-me que é uma forma de minimizar o impacto negativo decorrente da produção industrial. Este apoio de formação e de acompanhamento será uma base para o sucesso. Daqui a uns anos, vamos olhar para trás e perceber a importância desta cooperação, servindo de exemplo a todos os municípios do país, porque é um legado que deixamos para o futuro”.
Através deste protocolo, o município de Alenquer passa a poder contar com equipas de especialistas nas indústrias do concelho, que vão “identificar os pontos críticos das descargas nas redes, trabalhar com as empresas para avaliar os seus processos de pré-tratamento, identificando possíveis otimizações na produção, para minimizar efluentes e incrementar a sua qualidade, e ainda contribuir com outras medidas para melhorar a eficácia no desempenho ambiental das indústrias”, lê-se no comunicado.
“Não podíamos estar de fora deste projeto. Temos de caminhar no sentido de acompanhar as indústrias, para que estas possam escolher o tratamento mais apropriado a dar aos resíduos. É um passo em frente naquilo que entendemos ser a sustentabilidade ambiental que os municípios têm de ter, reduzindo a pegada ambiental e criando também uma coesão territorial em vários domínios, no seu todo, para que possamos ser reconhecidos como referência na área ambiental”, disse Paulo Franco, vereador com o pelouro do ambiente.
A empresa Caetano Coatings foi a primeira a assinar o protocolo de adaptação ambiental, enquanto que 12 outras indústrias concelhias rubricaram as cartas de compromisso: Emba, Geberit, Ykk, Galme, FV Rações, Luís Simões, Copalcis, Europastry, Confraria Do Café, Nally e Sulmaré. Paulo Franco acredita que “muitas outras se seguirão”.
Anualmente, será premiado o desempenho ambiental das indústrias envolvidas no projeto, com a atribuição de um selo de qualidade “Indústria em Evolução”.
À margem deste plano, o município de Alenquer está a trabalhar em paralelo com a Águas do Tejo Atlântico, num projeto que visa o reaproveitamento de águas residuais para uso agrícola, com foco sobretudo nas explorações mais próximas das indústrias.