No âmbito do Dia Mundial da Bicicleta, assinalado esta sexta-feira, 3 de junho, a MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta – apela aos decisores políticos mais compromisso e empenho na mudança do paradigma da mobilidade, priorizando as deslocações a pé e em bicicleta e o transporte público, em detrimento da utilização do automóvel individual.
Lembrando que a bicicleta é o modo de transporte energeticamente mais eficiente e, a seguir ao caminhar, o mais ecológico, a MUBi considera que o investimento nos modos ativos contribui para a redução da dependência dos combustíveis fósseis e das emissões, e, ao mesmo tempo, para a saúde pública, a economia e melhor qualidade de vida nas cidades.
Decretado pela Organização das Nações Unidas, o Dia Mundial da Bicicleta é assinalados pelos benefícios da sua utilização para a saúde pública, qualidade de vida urbana, ambiental e económica. Neste dia, a MUBi pede, assim, ao Governo e aos Municípios portugueses mais compromisso e empenho político em tornar a utilização da bicicleta uma opção de mobilidade viável, segura e confortável para muitos mais portugueses, em alternativa ao uso do automóvel particular.
Para que sejam cumpridas as metas da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável (ENMAC), publicada há três anos, a MUBi lembra que, em 2025 (daqui a três anos), 4% das deslocações nas cidades portuguesas deverão ser feitas em bicicleta, o que corresponde a multiplicar por dez a utilização da bicicleta nas duas áreas metropolitanas face a 2017. Até 2030, “pelo menos uma em cada dez viagens nas cidades deverá ser feita neste modo”, reduzindo o uso do automóvel, para o que será preciso criar mais de meio milhão de ciclistas quotidianos até ao final da década, refere a Associação. O alcançar destas metas vai exigir um “grande esforço e investimento coletivo do Estado” para uma profunda transformação da mobilidade urbana: “Cumpridos 25% do seu período de implementação, a ENMAC 2020-2030 está muito atrasada e em risco de falhar as metas intercalares para 2025. Urge, por isso, que haja liderança política e alocação de recursos humanos, técnicos e financeiros para a coordenação e execução das medidas desta Estratégia e a prossecução dos seus objetivos”, defende a MUBi.
“A bicicleta fica bem nos discursos políticos, mas isso não chega”, reclama Rui Igreja, dirigente da MUBi, apelando aos “decisores políticos, nacionais e locais que passem das palavras à ação. Privilegiar a utilização da bicicleta e o caminhar nas políticas urbanísticas e de mobilidade, em detrimento do automóvel, é das formas mais fáceis e eficientes de reduzirmos o consumo de combustíveis fósseis e as emissões. Ao mesmo tempo estaremos a contribuir para a saúde pública, a economia das famílias e cidades mais seguras, resilientes e sustentáveis.”