MUBi contra decisão da Câmara do Porto em priorizar via de trânsito automóvel ao invés de passeios ou ciclovia

A MUBi (Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta) mostrou-se contra a decisão da Câmara do Porto em relação às obras preparatórios da criação do novo transporte público entre a Foz e a Boavista, sendo que considera que há uma “considerável degradação das condições para a mobilidade ativa e suave, particularmente num eixo crucial da cidade como este da Avenida da Boavista”.

No momento presente, após a divulgação de mais informação sobre a obra a decorrer naquela artéria central da cidade, verificou-se que a Câmara decidiu não retirar nenhuma via dedicada ao trânsito automóvel, colocando em causa a ciclovia e os passeios.

“Este facto viola os critérios de escala de prioridades de mobilidade que deve presidir ao desenho do espaço público, onde naturalmente o peão surge em primeiro lugar, logo seguido dos modos suaves, e só então depois o transporte público e por último o rodoviário individual. Em vias novas ou em reformulação de fundo, como é o caso, é absolutamente exigível implementar as soluções que transmitam claramente essa escala de prioridades”, afirma que a associação, que ainda alerta que o problema se agrava na Estação do Bessa, com limitação do espaço, essencialmente para peões, e que fica junto a uma zona escolar.

“A MUBi está muito apreensiva com os efeitos que estas opções de urbanismo irão provocar”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa, que ainda acrescenta: “instamos a Câmara Municipal do Porto a repensar o modo como avaliou estes fatores de risco, motivando à revisão das opções tomadas no que toca à priorização de formas de mobilidade, protegendo os utilizadores mais vulneráveis, privilegiando os peões, os modos leves de mobilidade e, por essa via, qualificando o espaço público”.

Relembrar que a Câmara afirma que pretende “potenciar a mobilidade pedonal, dotando os percursos de níveis de conforto e segurança, e facilitando o esforço da caminhada, permitindo melhorar a qualidade de vida de quem diariamente os percorre”, assim como “a limitação da circulação automóvel e a criação de espaços reservados a peões são outras das medidas de incentivo à deslocação a pé”, o que a MUBi espera não serem “palavras ocas”.