A Câmara de Almada quer demolir grande parte dos edifícios da Fonte da Telha para que possa haver uma requalificação urbanística desta zona. De acordo com documentos divulgados pela autarquia, o principal problema destas habitações tem que ver com “a instabilidade da arriba fóssil e a proximidade do mar”, avança o jornal Público.
Quem não está satisfeito com a decisão, são os moradores e comerciantes, que não querem perder as suas casas e estabelecimentos comerciais. A Câmara de Almada, respondeu ontem aos insatisfeitos, dizendo que “compreende as preocupações dos habitantes” mas garante que estes “muito beneficiarão com a melhoria das condições gerais do território na Fonte da Telha”.
São cerca de 400 pessoas que moram nas habitações cuja demolição está prevista no plano de pormenor da Fonte da Telha. A câmara sublinha que se trata de uma proposta “em fase de apreciação e discussão pública”, em que podem ser feitas alterações de modo a incluir “contributos relevantes”. Neste plano de pormenor está previsto o realojamento dos moradores mas também a reconstrução de alguns dos estabelecimentos comerciais em locais apropriados, em conformidade com o plano de ordenamento da orla costeira Sintra-Sado. O futuro local de alojamento, que será reconstruído na Fonte da Telha, terá como destinatários a “comunidade piscatória pré-existente” e prevê a construção de 70 casas. Todos os que não se enquadrem nesta categoria serão realojados fora da área de intervenção, em habitações municipais.
Para quem queira manifestar a sua opinião sobre o plano de pormenor, haverá uma sessão pública que se realizará hoje, às 21h00, no Auditório Costa da Caparica, dentro do Centro Comercial O Pescador. Nesta reunião será apresentada e discutida a proposta de plano de pormenor da Fonte da Telha, cuja fase de discussão termina a 12 de novembro, data correspondente aos 90 dias depois da sua divulgação em Diário da República.