Moçambique deve fazer uma “reflexão grande” sobre o futuro económico, baseado em combustíveis fósseis. O alerta foi dado por João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, durante uma aula aberta subordinada ao tema “Cimeira de Glasgow e as suas Implicações para a Transição Energética”. A sessão decorreu na Universidade Pedagógica de Maputo, em Maputo, segundo uma nota divulgada pelo Governo.
Na sessão, Matos Fernandes disse ainda que Moçambique “pode estar numa posição que obriga a uma reflexão grande porque, uma parte expressiva da aposta que fez em relação ao seu futuro económico, baseado no carvão e agora mais no gás não pode prevalecer por muito tempo”.
Para o chefe da pasta do Ambiente, “o gás vai continuar entre os principais tipos de combustível por décadas”, mas o futuro mostra-se virado para as “energias renováveis, face a uma agenda ambiental cada vez mais ambiciosa para travar o aquecimento global, a subida dos oceanos e a proliferação de eventos meteorológicos extremos”.
O facto de Moçambique estar entre os mais vulneráveis às alterações climáticas, foi motivo para João Pedro Matos Fernandes afirmar que o país “tem todo o direito de exigir mais dos outros países”, apesar de ter níveis de poluição quase insignificantes. E, remata, “o país tem ainda um enorme potencial para produção de energias renováveis”, sendo que a “capacitação e a formação” são essenciais.