Moçambique quer usar energias renováveis para levar eletricidade a todos até 2030
O Governo de Moçambique apresenta na terça-feira a carteira de projetos de energias renováveis com a qual pretende garantir o acesso universal a eletricidade no país até 2030. “Prevê-se eletrificar cerca de 332 vilas em todo país, com recurso a energia hídrica” a que se deverão juntar “343 projetos de energia solar”, refere o Ministério dos Recursos Minerais e Energia.
A carteira de projetos “identifica os potenciais locais para implementação de projetos com base no recurso solar, hídrico e ou combinados” e estima-se que, na globalidade, possa atrair um investimento de 500 milhões de dólares.
“Pretende-se com a iniciativa garantir que num horizonte de 15 anos a população moçambicana tenha acesso à energia elétrica, em modelos de sistemas ‘fora da Rede Nacional’, graças a pequenos sistemas autónomos”, acrescenta o comunicado.
No âmbito do objetivo, o Fundo de Energia (Funae), instituição pública moçambicana, e a Galp Energia, assinaram um protocolo de parceria com vista à instalação de sistemas solares fotovoltaicos em cinco comunidades rurais nas províncias de Maputo, Sofala, Manica e Cabo Delgado.
O projeto está orçado em 545 mil euros, com duração de dois anos e a energia vai servir centros de saúde, escolas, sistemas de bombeamento de água e estabelecimentos comerciais.
De acordo com o Ministério dos Recursos Minerais e Energia moçambicano, durante o período 2005-2014, mais de 3,7 milhões de moçambicanos foram beneficiados com sistemas solares fotovoltaicos.
A energia solar chegou naquele período a 201 vilas, 669 escolas, 623 centros de saúde e 77 edifícios públicos, contabiliza o Governo.
Ao mesmo tempo, uma fábrica de painéis solares entrou em funcionamento no país, como forma de “acelerar a eletrificação de zonas distantes da rede nacional de energia”.