MOBI.E quer que modelo para a mobilidade elétrica seja uma referência ao nível externo
A rede MOBI.E tem como missão promover a mobilidade elétrica através de ações que incentivem a adoção de veículos elétricos e a construção das infraestruturas necessárias para recarregá-los. Não restam dúvidas que, enquanto Entidade Gestora, Operador, Comercializador, Promotor e Conselheiro, a rede MOBI.E desempenhou, nos últimos cinco anos, um papel preponderante: “Fez um pouco de tudo para que hoje a mobilidade elétrica seja uma realidade em Portugal”. E 2020 foi um ano histórico para a rede com “a mobilidade elétrica a avançar” e o “início da fase plena de mercado”, desde o dia 1 de julho.
Foi apresentado, recentemente, o novo posicionamento da MOBI.E. À Ambiente Magazine, o presidente da MOBI.E, Luís Barroso, diz que este posicionamento nasce em “plena fase de mercado regulado”, pensado para “ajudar o desígnio de querermos um mundo melhor” e “um futuro mais sustentável”, dando um “contributo sólido para alcançar os objetivos” definidos para a descarbonização: Roteiro para a Neutralidade Carbónica e o Plano Nacional de Energia e Clima 2030. Neste enquadramento, o novo posicionamento da MOBI.E assenta no “reforço do papel enquanto instrumento público do Estado para o desenvolvimento de uma mobilidade sustentável” e na “atuação no mercado regulado”, enquanto Entidade Gestora da rede de Mobilidade Elétrica.
Segundo Luís Barroso, a MOBI.E concebe o “melhor modelo para a mobilidade elétrica” e “procura torná-lo numa referência ao nível externo”. A título de exemplo, “outros países começam a constatar as mais-valias da solução portuguesa e a analisar a forma de a importar”, como é o caso da cidade de “Hamburgo, na Alemanha, Turquia ou, mesmo, o Reino Unido”. Tal modelo, afirma o presidente da MOBI.E, assenta em “preservar os conceitos base”; “cooperar com os stakeholders para garantir uma contínua evolução”; “promover o modelo MOBI.E de forma a combater muitos dos mitos que ainda existem em relação à mobilidade elétrica” e “informar, de forma a tornar-se a entidade de referência de dados sobre o sistema MOBI.E”. Já enquanto instrumento público para o desenvolvimento da mobilidade sustentável, a MOBI.E centra-se na “promoção da mobilidade elétrica como uma solução de futuro”, na “concretização das políticas públicas que o Governo defina para o desenvolvimento da mobilidade elétrica e a sua integração com outros modos”, na “contribuição ativa em acelerar o processo de transição para a mobilidade elétrica” e na “monitorização do desenvolvimento da rede”, propondo “ajustamentos que se entendam necessários para melhorar a sua eficiência e contribuir para a sua implementação”.
Questionado sobre o papel que a MOBI.E assume no rumo à mobilidade elétrica, Luís Barroso afirma que, com este novo posicionamento, a empresa terá um “papel central” no funcionamento da rede e, enquanto instrumento público, promovendo o desenvolvimento e procurando oportunidades para “pontualmente e cirurgicamente acelerar o processo”. Exemplo disso, são os “projetos incluídos no Programa de Estabilização Económica e Social aprovados pelo Governo e cujos procedimentos de contratação pública se encontram em curso para a instalação de 10 Hubs e 12 Postos de Carregamento Ultrarrápido”. Serão assim “102 postos de carregamento de potências mais altas” que “irão servir o crescente número de utilizadores no decurso do próximo ano”, destaca.
[blockquote style=”2″]Um posto de carregamento em cada um dos municípios do país[/blockquote]
Quanto a Portugal, o presidente da MOBI.E não tem dúvidas que o trabalho tem sido notório, além de que “fomos o primeiro país a comprometer-se com as metas de neutralidade carbónica”. A isto, acresce o facto de o Governo ter vindo a desenvolver “políticas de incentivos e de investimento consistentes” com os “objetivos traçados”, diz. No caso da mobilidade elétrica, a aposta desde 2015 tem sido fundamental para a “recuperação e expansão” do modelo desenhado em 2010: “Só assim foi possível atingir a 1 de julho a fase plena de mercado que consideramos ser o ponto de não retorno do processo de implementação da mobilidade elétrica em Portugal”, declara. Luís Barroso indica que 2020 terminará com, pelo menos, “um posto de carregamento em cada um dos municípios do país”, conferindo “uma dispersão geográfica desta tecnologia extremamente interessante” e “uma boa base de partida extremamente sólida para continuarmos a crescer”. Por outro lado, sustenta o responsável, fruto das políticas ambientais definidas pela Comissão Europeia, “as construtoras automóveis têm vindo a disponibilizar um número crescente de opções com motorização elétrica”, o que tenderá a “conferir uma maior competitividade às viaturas elétricas”, potenciando o “crescimento” e a “pressão” no “aumento da infraestrutura de carregamento” que, a partir daqui, “tem de ser assegurada maioritariamente pelo setor privado”. Algo que já tem acontecido, tal como demonstram os “inúmeros projetos privados” que “têm vindo a ser anunciados nos últimos meses”, mesmo em contexto pandémico: “Temos assim razões para estarmos otimistas”, afirma.
Quer seja o setor privado, quer seja o setor público, ambos são cruciais nesta transição. De acordo com o presidente da MOBI.E, cabe ao privado ter a “responsabilidade de assegurar o crescimento de mercado, investindo de acordo com as suas políticas de rendibilidade e operando”. Já ao público, cabe o papel de “monitorizar a evolução do mercado”, atuando na “promoção da solução como um todo” e “intervindo, pontualmente, para acelerar o seu desenvolvimento ou reprimindo, nos termos da lei, as tentativas de distorção do normal funcionamento do mercado que possam aparecer”, refere.
Relativamente ao papel da sociedade, Luís Barroso afirma que, os “diferentes incentivos ainda são importantes para assegurar o crescimento”. No entanto, considera que, à medida que o mercado for “ganhando maturidade”, a “consciencialização social” para as “preocupações ambientais” será “tão alargada” que a “opção por soluções de descarbonização de mobilidade” ativa, partilhada, transportes públicos e elétrica, serão “tão naturais” como foi a “opção do século passado por soluções de combustíveis fósseis”.
[blockquote style=”2″]Damos vida ao futuro[/blockquote]
O ano de 2021 está marcado por “objetivos muito ambiciosos” que, segundo o responsável, irão “acompanhar a relevância que a mobilidade elétrica está a adquirir, sendo uma aposta clara para as próximas décadas”. E, nestas matérias, o Governo apostou no reforço do papel da MOBI.E enquanto instrumento público para o desenvolvimento sustentável, ao “permitir aumentar a sua capacidade de resposta”, quer com “meios humanos”, quer com “investimentos”. E um bom exemplo disso é a nova Plataforma de Gestão da rede: “Irá permitir consolidar e dar maior fiabilidade e confiança, num futuro próximo, a toda a rede MOBI.E”. Foi, precisamente, neste enquadramento que o novo posicionamento foi apresentado: “Deixou claro ao mercado que podem contar com uma MOBI.E reforçada para garantir que o mercado da mobilidade elétrica tem futuro”. Além disso, acrescenta o presidente da MOBI.E, a nova assinatura “Damos vida ao futuro” transmite, de “forma feliz”, a perspetiva de confiança: “Contribuímos para a construção de uma sociedade com melhor qualidade de vida e ambientalmente mais sustentável”. A nova assinatura será materializada através de um “Plano de Comunicação” que contará, ao longo dos próximos meses, com um “conjunto de ações” que visam “comunicar, informar e educar”, de forma a transmitir o conhecimento que a MOBI.E tem sobre a realidade da mobilidade elétrica. Ainda dentro deste novo posicionamento está a aposta nas redes sociais e na criação de um novo site: “Irão reforçar os canais de transmissão desta mensagem de confiança no nosso modelo de mobilidade elétrica, de forma a torná-lo uma referência internacional e assim garantirmos as bases que permitam manter para os próximos anos, os níveis de crescimento registados nos últimos três anos”, antes da pandemia, remata.