A Missão Cascas Solidárias já deu início à segunda fase com uma campanha porta-a-porta no distrito de Évora. Desta vez, a ação incide maioritariamente na Compostagem Comunitária (CC) e irá abranger os residentes que não têm terreno, nem jardim, mas que também pretendem transformar as suas cascas de fruta e legumes, em apoios monetários a instituições locais.
No novo projeto-piloto da GESAMB estão a ser instaladas 28 ilhas de compostagem comunitária em 12 municípios do distrito de Évora, que serão supervisionadas por um Mestre e vários Guias da Compostagem. “Trata-se de uma solução pioneira na região, e provavelmente também no país, e que pode ditar o sucesso da Compostagem Comunitária a nível nacional”, lê-se num comunicado.
“Foi um arranque auspicioso!” é assim que Gilda Matos, técnica superior da GESAMB – Gestão Ambiental de Resíduos do distrito de Évora, caracteriza a primeira fase inaugural da Missão Cascas Solidárias (MCS) em 2021. O projeto pioneiro na região, que visa incentivar e sensibilizar as populações locais a adotarem hábitos de reciclagem do lixo orgânico, ao mesmo tempo, que contribuem para ajudar localmente quem mais precisa, conseguiu entregar, no seu arranque inaugural, mais de 300 compostores domésticos no último trimestre de 2021.
“Constatamos que, desde que MCS começou, e após todo o esforço da campanha porta-a-porta, rua a rua, casa a casa pelos 12 municípios abrangidos pelo serviço da GESAMB, tivemos um número recorde de pedidos online de compostores domésticos. Existem 167 pessoas elegíveis e 5 instituições à espera para agendamento. E todos os dias recebemos mais pedidos. Estamos confiantes no arranque da segunda fase da MCS, em fevereiro. É um novo projeto-piloto que irá incidir numa franja da população residente que não tem quintal, nem jardim, e para as quais apresentamos uma solução ambiciosa que passa pela instalação de 28 ilhas de compostagem comunitária nos 12 municípios que servimos”, refere Gilda Matos.
No âmbito desta iniciativa, a GESAMB capacitou 24 técnicos municipais (dos 12 municípios), que ficarão encarregues de verificar semanalmente as ilhas de compostagem comunitária e disseminar boas práticas de compostagem, criando assim a figura dos Guias da Compostagem.
Segundo a GESAMB, estes Guias vão cooperar e auxiliar a execução quinzenal das tarefas do técnico assegurado pela GESAMB. E o técnico, designado como Mestre da Compostagem vai monitorizar o processo biológico que acontece dentro dos 28 equipamentos. De março a agosto de 2022 a GESAMB assegura estas visitas técnicas periódicas por parte deste Mestre da Compostagem, de modo a garantir a realização das métricas necessárias, aplicar correções, num acompanhamento próximo das equipas descentralizadas no terreno, os Guias da Compostagem.
“Queremos preparar o terreno para que os municípios, autonomamente, perpetuem junto da sua comunidade estes procedimentos e boas práticas. Queremos deixar no futuro próximo, terreno fértil para que as associações locais, de moradores e cívicas assumam este compromisso em prol da sua comunidade. Isto é algo ambicioso, talvez até disruptivo para a região, e que acreditamos profundamente. A MCS é apenas o início de um movimento que fará a diferença neste distrito e, esperamos, seja uma iniciativa que tenha eco no país”, declara a técnica da GESAMB.
Menos lixo, mais ajuda solidária
Com a Missão Cascas Solidárias é possível transformar as cascas do lixo orgânico em ações concretas, transformando o desvio de resíduos urbanos biodegradáveis de aterro em benefício económico de valor a determinar no final da campanha.
O valor monetário será calculado em função da quantidade de resíduos orgânicos desviados de aterro e em função do número de equipamentos domésticos e comunitários entregues. A equação é simples: “quanto mais pessoas aderirem à prática da compostagem, mais significativo será o apoio prestado às instituições selecionadas”, refere a GESAMB.
Nesta 2.ª fase, a entidade está a colocar equipamentos de rua (compostores comunitários) para deposição de lixo orgânico, distribuindo recipientes a todos os cidadãos que vivam num raio até 200 metros (no máximo) do equipamento.