Ministro do Ambiente reconhece que Portugal não vai cumprir metas da reciclagem
O ministro do Ambiente reconheceu, esta quarta-feira, que Portugal não deverá conseguir cumprir as metas de 2020 no que toca à reciclagem, defendendo que tal se deveu a uma queixa a Bruxelas que impediu o executivo de realizar projetos. Durante a discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), João Pedro Matos Fernandes respondeu ao deputado do PSD Bruno Coimbra, que lembrou notícias recentes que indicavam que Portugal não iria conseguir cumprir a meta de reciclagem de 50% dos resíduos domésticos.
“Muito provavelmente não vamos cumprir as metas de 2020 porque durante dois anos, numa queixa à autoridade de concorrência em Bruxelas, estivemos inibidos de concretizar os nossos projetos que estão neste momento já todos em curso”, afirmou o ministro.
O Relatório Anual de Resíduos Urbanos de 2017 indica que, no ano passado, 57,4% de todo o lixo foi parar a um aterro e apenas 22% dos resíduos geridos pelos sistemas foram reciclados ou compostados. Além de reduzirem a separação do lixo e reciclagem, os portugueses aumentaram a produção de lixo em 2%, tendo gerado cinco milhões de toneladas.
Portugal devia estar a reciclar metade dos resíduos recicláveis e a não colocar mais de 10% do lixo urbano em aterro.
Durante o discurso no início de debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), o ministro lembrou o reforço de verbas do Fundo Ambiental – “há quase uma triplicação desse orçamento” – ou a aposta nos transportes, no sentido de alcançar a neutralidade carbónica em 2050.
Matos Fernandes enumerou medidas relativas à mobilidade urbana, tais como as obras de expansão dos metros de Lisboa e Porto e a aquisição de novos navios para a Transtejo, assim como o programa de apoio ao tarifário no transporte coletivo no conjunto do país.
Na energia, apontou a redução da fatura da eletricidade.