Ministro do Ambiente justifica com “segurança” obras na praia D. Ana
O ministro do Ambiente já reagiu ao anúncio, feito ontem, de apresentação de queixas à Comissão Europeia e ao Ministério Público pela associação Almargem relativamente à intervenção a que foi sujeita a praia D.Ana, em Lagos. Jorge Moreira da Silva, assegurou, nas redes sociais, que as obras de alimentação artificial na praia garantem uma maior “segurança” da estância balnear.
Na sua página do facebook, o ministro questionou: “O que compete ao governo e à autarquia fazer? À custa de tanto querer manter intacta a paisagem, colocar em risco os cidadãos?” E, continuou: “Ou, como acabou por acontecer, colocar mais areia na praia, regressando, aliás, à dimensão documentada dessa praia nos anos 50 e 60, proporcionando um equilíbrio entre paisagem, proteção ambiental e segurança das pessoas? A nossa opção foi, obviamente, esta”, escreveu o governante.
A associação Almargem anunciou, ontem, que vai entregar queixas na Comissão Europeia e no Ministério Público face às obras realizadas naquela praia algarvia, que consideram tratar-se de um grave e premeditado crime ambiental.”Além da dragagem e descarga de várias toneladas de areia (…), as quais soterraram o mundo submarino e a paisagem marítima deste sublime trecho da Costa de Oiro, foi ainda construído um dique com 50 metros de extensão entre a arriba da zona setentrional da praia e o Leixão dos Artilheiros”, acusa a Almargem em comunicado.
Mas o ministro insiste: “O que diriam estes ambientalistas e quantas queixas não fariam se, por ausência de intervenção do Governo naquela praia, ocorresse uma fatalidade por derrocada das arribas, afectando os banhistas colocados, por ausência de areal, junto às zonas mais perigosas?”, questiona. A intervenção teve um investimento de 1,8 milhões de euros e está prevista desde 1999 no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Vilamoura/Burgau, mas só arrancou no terreno em Abril deste ano e termina esta semana. Os trabalhos têm incidido no saneamento para a consolidação das arribas, a fim de minimizar os efeitos da erosão e no alargamento do areal em cerca de 25 metros, com a recarga de cerca de 140 mil metros cúbicos de areia.