Ministro acredita ser possível centrais deixarem de usar carvão antes de 2030
O ministro do Ambiente afirmou hoje acreditar ser possível as centrais de produção de energia portuguesas deixarem de utilizar carvão antes de 2030, mas realçou que o trabalho para esta tarefa será lançado em 2017. “A ideia é, assim que Portugal tenha condições para isso, e honrando os contratos que existem, essas centrais deixarem de usar carvão”, disse João Matos Fernandes, que falava aos jornalistas à margem da apresentação da iniciativa Climate KIC Portugal, a decorrer em Lisboa.
Questionado sobre quando será possível as duas centrais termoelétricas deixarem de usar carvão, disse acreditar que “seja antes de 2030”, mas realçou que o trabalho vai ser lançado no próximo ano. “Temos mesmo de saber quando é que lá podemos chegar, numa base de cenários de formas alternativas de produção e também de perceber com rigor quais as tendências de consumo da parte dos portugueses”, explicou o governante, citado pela Lusa.
O Ministério do Ambiente definiu duas tarefas relacionadas com a aposta numa economia de baixo carbono a desenvolver em 2017 – a Estratégia Nacional para a Economia Circular e o novo Roteiro de Baixo Carbono. O Roteiro vai começar a ser preparado no próximo ano, mas para o ministro são claras as prioridades que deve seguir e relacionam-se com os setores de poluição difusa, ou seja, os transportes, a agricultura e florestas e os edifícios.
Além de incentivar as empresas a alterar formas de produção, João Matos Fernandes lembrou a importância de informar e sensibilizar os consumidores para a necessidade de adotar comportamentos visando alternativas com baixas emissões de dióxido de carbono, ou mesmo sem emissões, já que o primeiro ministro, António Costa, definiu o objetivo de ter um país com balanço zero de carbono em 2050.
“Tem de haver um trabalho muito forte no sentido de acompanhar as boas decisões técnicas e políticas de uma grande sensibilização dos cidadãos porque são eles que ajudam nesta vitória, não há outra forma de o poder fazer”, realçou o ministro do Ambiente.
A vertente da produção de energia terá “uma renovada aposta nas energias renováveis, e com a garantia que queremos o mais depressa possível deixar de usar carvão na produção de energia”, continuou.
No seu discurso, na sessão de abertura da apresentação da Climate KIC, o ministro referiu o objetivo de Portugal deixar de usar carvão em 2030, com as centrais que usam este combustível fóssil a serem descontinuadas neste ano, mas salientou: “Quero acreditar que podemos antecipar esta data para deixar de usar carvão, [no entanto] o desafio é enorme”.
A iniciativa Climate KIC (Knowledge Innovation Communities ou comunidades para o conhecimento e inovação) Portugal envolve formação, investigação e empresas para conseguir ideias inovadoras para serem aplicadas no mercado no sentido de conseguir soluções de baixas ou nulas emissões de carbono.
Sobre a Climate KIC Portugal, João Matos Fernandes destacou “a importância daquilo que tem de ser um caminho muito claro de combate às alterações climáticas e a importância de envolver a comunidade científica e a indústria e, tanto quanto possível, e o mais depressa possível, os consumidores porque este é um combate que ninguém faz sozinho, que nenhum país, por maior que seja, faz sozinho”.