O Governo reconhece que a rede Mobi.E, inaugurada há seis anos no governo de José Sócrates, precisa de ser atualizada para que “os condutores dos carros verdes não fiquem apeados”, avança o Jornal de Negócios. “Temos de trabalhar mais ao nível da rede”, admite o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, que, avança, ainda, que o executivo se prepara para investir na rede usando os fundos do Portugal 2020. Até ao final do ano, deverão ser instalados 50 postos de carregamento rápido, incluindo em várias auto-estradas, “o que facilita o percurso de quem se desloca entre cidades”.
Ao mesmo tempo, “existem muitos postos de carregamento em armazém que ainda não foram instalados porque são muito caros e o Governo ainda não se chegou à frente com o dinheiro para pagar”, diagnostica o professor José Maia do Instituto Politécnico do Setúbal. Outro dos problemas prende-se com o facto de o Governo ainda não ter chegado a acordo com a Mobi.E sobre os pagamentos da fatura da energia nos postos, que agora é gratuita.
A Associação Portuguesa de Veículos Elétricos (APVE) aponta que “este monopólio durou pouco, quase não teve utilizadores e nunca teve clientes”. “O problema grave é que foi um monopólio construído com dinheiro dos contribuintes”, reage o presidente da APVE, Jorge Vasconcelos.
O mau estado da rede ameaça também travar a expansão em Portugal do carro elétrico e dos híbridos “plug-in”, apesar das estimativas apontarem para um crescimento de 265% este ano, para um total de mil veículos. Mas, concluí o Negócios, “não basta comprar, é preciso que a rede esteja pronta a carregar”.