“Hugo Pires vendeu a empresa CRIAT, que não é da área do ambiente mas sim de arquitetura e construção, a 19 de maio de 2021, altura em que, naturalmente, não previa ser convidado para o cargo de Secretário de Estado do Ambiente, em 2023”. O esclarecimento é do Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC), depois do jornal Nascer do Sol ter avançado que a empresa foi vendida a um “lóbi do lixo”.
Num comunicado, o Ministério liderado por Duarte Cordeiro assegura que Hugo Pires “não tem atualmente qualquer participação social em alguma empresa” e “não tem qualquer inibição ou impedimento, de qualquer tipo, no exercício das funções que lhe foram confiadas”.
O semanário refere na edição desta sexta-feira que o novo secretário de Estado do Ambiente “vendeu, em 2021, o seu ateliê de arquitetura e reabilitação urbana a uma empresa agrícola detida por duas irmãs que também são sócias e irmãs dos dois acionistas principais do grupo Semural – de tratamento de lixo e resíduos”.
O MAAC esclarece que, Hugo Pires não só “cumpriu com os seus deveres declarativos enquanto deputado”, como também “participou nos trabalhos da Comissão de Ambiente e de Energia da Assembleia da República e experiência importante para as tarefas que agora desempenhará”.
Hugo Pires era deputado na Assembleia da República desde 2015, tendo sido coordenador do grupo de trabalho que aprovou a Lei de Bases da Habitação. Além disso, era vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Socialista desde 2019 com as áreas do ambiente e energia, tendo sido coautor da Lei de Bases do Clima.