Segundo as notícias da imprensa, o Governo espanhol terá confirmado o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón, em Salamanca, próximo da fronteira com Portugal, estando este abandono relacionado com o facto da empresa promotora não ter apresentado a documentação necessária para avançar com o projeto.
A Quercus considera que esta é uma boa notícia, que vai no sentido daquilo que tem defendido conjuntamente com as organizações do Movimento Ibérico Antinuclear e que tem manifestado nas diversas ocasiões em que tem marcado presença na região de Salamanca, para contestar os grandes projetos de exploração de urânio a céu aberto que estão previstos para aquela região, alguns dos quais localizados muito perto da fronteira com Portugal.
Estes projetos, a avançarem, trariam consigo inúmeros e significativos impactes para os dois lados da fronteira, onde se incluem o abate de cerca de 30.000 azinheiras, o risco de contaminação atmosférica com poeiras radioativas, escorrências de materiais radioativos que chegariam ao rio Douro e a contaminação dos solos com metais pesados. Perante os previsíveis impactes deste projeto nefasto para o ambiente, para a saúde pública e para as economias locais, e depois do anterior Governo Espanhol ter ignorado mais uma vez os direitos de Portugal e das suas populações, também aqui era essencial que o novo Governo Espanhol tomasse medidas urgentes no sentido de não autorizar o avanço destes projetos.
A Quercus considera que o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón é sem dúvida um primeiro, e decisivo passo, no sentido destes projetos insustentáveis serem travados e espera que o novo Governo em Espanha, estabeleça corretamente as suas prioridades e não dê autorização para o avanço dos mesmos. Espera também que este seja um primeiro passo para que a indústria do Nuclear comece a trilhar o seu caminho rumo ao fim e que as Centrais Nucleares em Espanha encerrem no final da sua licença de exploração, que no caso da Central Nuclear de Almaraz, é em Junho de 2020.
A Quercus continuará, enquanto membro do Movimento Ibérico Antinuclear, a lutar para que o Nuclear e a sua indústria deixem de constituir uma das maiores ameaças à Península Ibérica e à Europa.