Esta é a posição demonstrada por alguns especialistas que chamam a atenção que a paragem da economia e a forte redução de emissões, assim como as consequências futuras do atual contexto Covid-19, fazem com que se tenha que revisitar metas ambientais definidas anteriormente do Pacto Verde e do PNEC (Plano Nacional da Energia e do Clima), de acordo com o Negócios.
A eurodeputada Maria da Graça Carvalho, vice-coordenadora da Comissão da Indústria, Investigação Científica e Energia, é da opinião que após este cenário de pandemia “tem de se reler e simular outra vez as metas” para perceber as que fazem sentido ou não. Até porque pode ser “mais fácil” atingir determinados objetivos com a “forte diminuição de emissões que houve”. Esta será uma posição partilhada por Pedro Jorge Amaral, presidente da Associação Portuguesa das Energias Renováveis (APREN), não só para o Pacto Verde, mas também para o PNEC. Neste momento, “há preocupações nomeadamente no que se refere ao consumo de eletricidade”, “sendo necessário rever trajetórias futuras que terão impacto no desenho do PNEC2030 e nos futuros desenvolvimentos”, comentou Pedro Jorge Amaral.
Por seu lado, Sara Rodrigues, especialista da área de energia Marsh, indica que quanto à revisão das políticas ambientais do Green Deal e dos Planos Nacionais de Energia, não antevê que as estratégias e a sua implementação esteja em causa, “quanto muito o timing da sua implementação”.
Por outro lado, Clemente Pedro Nunes, professor catedrático do Instituto Superior Técnico, defende que “todas as opções estratégicas da União Europeia vão ter que ser profundamente revistas. Incluindo as que conduziram ao Green Deal”. Conclui indicando que: “A política energética terá que ter como obetivo prioritário o de contribuir para a competitividade externa da nossa economia, tanto no quadro europeu como mundial”, concluiu o especialista.