O que esperar de um mestrado dedicado ao oceano onde, em Lisboa, podemos ter lado a lado uma licenciada em Biologia pela Faculdade de Ciências de Lisboa, um jurista do Siri Lanka, uma empreendedora e mestre em gestão proveniente dos Estados Unidos, uma licenciada em Ciência Política na Alemanha ou um advogado angolano? Certamente um ambiente de estudo profundamente diverso e estimulante, capaz de gerar discussões enriquecedoras e motivar o aprofundamento das matérias de modo a que cada estudante possa gerar impacto e contribuir ativamente para a agenda dos grandes desafios globais.
O oceano, enquanto tema central de estudo, é suficiente complexo e diversificado para atrair estudantes de formações de base distintas e com genuíno interesse em aprofundar conhecimentos e desenvolver competências que lhes permitam, nuns casos aprofundar carreiras já na área do mar, noutros iniciar ou direcionar a sua atividade profissional para o mar, seja no setor público, privado ou não lucrativo.
Na verdade, os grandes desafios atuais da humanidade, das alterações climáticas à alimentação, da energia limpa à água potável, encontram no oceano oportunidades de resposta com grande potencial de impacto positivo. Identificar e criar estas oportunidades é o objetivo do Mestrado em Direito e Economia do Mar – a Governação do Oceano (MDEM), profundamente alinhado com os objetivos do desenvolvimento sustentável, nomeadamente com o ODS 14, dedicado à vida subaquática.
O MDEM, número 1 no ranking global (pela Eduniversal), assume o desenvolvimento sustentável do oceano como pano de fundo comum para garantir o equilíbrio necessário entre a proteção do oceano e o desenvolvimento da economia azul, verdadeira economia sustentável do mar. Depois de oito anos de edições sob a exclusiva responsabilidade da NOVA School of Law, em setembro de 2023 o MDEM iniciou uma nova fase, passando a ser um grau conjunto entre direito (NOVA School of Law) e economia e gestão (Nova School of Business and Economics).
A tendência para a diversidade de formações de base dos estudantes tem-se vindo a acentuar todos os anos, com uma combinação muito enriquecedora de estudantes com formação de base em direito e com formações em áreas tão diversas quanto ciência política, economia, biologia ou engenharia. Também a origem dos estudantes se tem diversificado de ano para ano. Em cada ano letivo o MDEM tem estudantes dos vários continentes, garantindo um ambiente de aprendizagem multicultural e global, onde cada estudante enriquece o grupo com a sua perspetiva particular, enraizada em diferentes percursos e geografias.
A aprendizagem interativa, muito assente em trabalhos de grupo, ganha com este ambiente multidisciplinar e multicultural. Por seu turno, o conjunto de disciplinas obrigatórias e de opção à disposição dos estudantes é suficientemente diversificado para acolher interesses e percursos distintos. Depois da fase curricular de um ano, os estudantes iniciam a fase não curricular de um ano, durante a qual escolhem um de três caminhos: a elaboração de uma tese de mestrado, a frequência de um estágio curricular e elaboração do respetivo relatório ou o desenvolvimento de um trabalho de projeto. O primeiro ano do mestrado decorre no Campus de Campolide, em regime pós-laboral, já no segundo ano os estudantes poderão desenvolver o seu trabalho em Lisboa, no seu país de origem ou noutro, dependendo do percurso escolhido. Qualquer das três vias é concluída com a discussão oral do trabalho, em Lisboa ou à distância, potenciando o impacto global do MDEM, que produziu e estou certa de que continuará a produzir muitos bons resultados.
Por Assunção Cristas, Professora da NOVA School of Law; Coordenadora do Mestrado em Direito e Economia do Mar – A Governação do Oceano (Texto publicado na edição 106 da Ambiente Magazine)