A Associação de Defesa do Ambiente da Cacia (ADACE) confirma que o mau cheiro da fábrica da Portucel diminuiu nos últimos tempos, segundo avança o Jornal de Notícias. O diretor da fábrica de Cacia, José Nordeste, diz que essa melhoria se deve a um “novo sistema de recolha e tratamento de fases mal odorosos” que custou cinco milhões de euros.
“Não resolveu totalmente o problema porque isso é impossível, mas atenuou substancialmente. Todas as fábricas que produzem pasta de papel emitem gases com enxofre, facilmente detetado pelo olfato, por muito pouco que seja, algo que já não acontece com as fábricas de papel e que libertam vapor de água”, explica. José Nordeste revela que, desde 2006, “os valores dos compostos de enxofre emitidos pela fábrica de Cacia foram reduzidos em mais de 1000 vezes”.
António Pinto, dirigente da ADACE e uma das vozes mais ativas na luta contra a poluição em Cacia, também reconhece a melhoria. “É uma vitória ambiental. Cacia é conhecida há 60 anos pelos cheiros incomodativos e esse bilhete de identidade está a desaparecer”, disse ao JN. Uma ideia corroborada pelo presidente da Junta, Casimiro Calafate.
Os dois gostariam, no entanto, “que a Portucel e as outras grandes empresas, como a Bosh e a Renault, que fazem de Cacia uma das freguesias mais produtivas do país, compensassem a vila, em termos sociais e na requalificação dos espaços públicos”.