“Um dia feliz!”. É assim que o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, define o dia em que Lisboa passou, oficialmente, a utilizar água para rega dos jardins municipais. É no Parque Tejo, situado na zona norte do Parque das Nações, que a Fábrica de Água de Beirolas, da Água do Tejo Atlântico, vai passar a fornecer água+. A cerimónia aconteceu esta terça-feria, 22 de março, Dia Mundial da Água.
Num cenário em que o país já se confronta com situações de seca, onde a sul do Tejo, a situação é já estrutural, Matos Fernandes reconhece que se trata de uma “preocupação” constante que “não nos pode desacompanhar nunca”. Para o chefe que lidera a pasta do Ambiente, não há grandes dúvidas de que a ação deve centrar-se no lado da procura: “É essencialmente na redução do consumo, na maior eficiência e na redução das perdas urbanas”. Nesta última, Matos Fernandes chama a atenção para o “quão grave é ainda existir 30% de água não faturada”, sendo que a “maioria das perdas são comerciais”, não estando relacionadas com “condutas velhas ou rotas”. Por isso, sendo a água um recurso cada vez mais escasso, o dirigente apela à “eficiência” e à “redução do consumo”.
No que ao lado da oferta diz respeito, o ministro do Ambiente dá ênfase à reutilização de águas residuais tratadas: “ O esgoto tratado é água para um sem número de utilizações”. E Lisboa é, agora, um exemplo disso: “A CML e a Tejo Atlântico souberam criar a procura certa para a oferta nessa mesma qualidade de água que sem grande acrescentos é suficiente para regar jardins, lavar ruas ou equipamentos”. Acresce a meta que Portugal está comprometido: “Até 2030, das 50 maiores ETARs do país em que se encontra procura associada, 20% desses esgotos tratados venham a ter uma segunda vida”.
Do lado do Governo, o dirigente destaca o POSEUR que “conseguiu encontrar quatro milhões de euros para financiar projetos” como o de Lisboa, ou o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) com “24 milhões de euros para reutilização de águas residuais tratadas”, nomeadamente para a “rega de campos de golfe”.
Trata-se de um “novo mercado”, que segundo Matos Fernandes, é fundamental para trabalhar a procura: “Muito mais do que melhorar o tratamento do ponto de vista químico daquilo que é qualidade do efluente (…) deve-se saber explicar para que serve a água residual”. E Lisboa e a Tejo Atlântico deram esse passo: “É assim que vamos conseguir utilizar menos água potável; e é assim que vamos conseguir dar uma nova vida às lamas: uma estratégia que é complementar e fulcral para podermos ter um mundo que regenera os recursos que utiliza, neste caso, a água”.
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