Mar 2030 tem aviso de 22,8 milhões de euros para apoiar aquacultura

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, anunciou hoje que está em curso um aviso de 22,8 milhões de euros, no âmbito do programa Mar 2030, para apoiar a aquacultura, bem como a investigação no setor. “Temos neste momento um aviso no âmbito do Mar 2030, de 22,8 milhões de euros, para o objetivo de apoiar a aquacultura, a investigação nessa área e ‘startups’ que possam surgir”, referiu, citado pela agência Lusa.

No final de uma visita às instalações da Flatlantic, uma unidade produtora de peixe plano localizada no concelho de Mira, distrito de Coimbra, José Manuel Fernandes aludiu ao aviso lançado no final de junho e que visa promover o desenvolvimento sustentável da aquicultura, melhorando o desempenho económico e ambiental das empresas aquícolas, garantindo a sustentabilidade e a segurança alimentares.

“Obviamente que queremos apoiar os melhores projetos e aqueles que estejam de acordo também com os nossos objetivos: não só económicos, como ambientais”, destacou.

As candidaturas a este aviso devem ser submetidas até 15 de outubro deste ano.

O ministro da Agricultura e Pescas, que estava acompanhado pela secretária de Estado das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar, aproveitou ainda a ocasião para realçar o papel da Flatlantic – Seastainable Flatfish Village. “Temos aqui um excelente exemplo, que contribui não só para a criação de riqueza, como para o emprego. Temos mais de 190 pessoas que aqui trabalham, com mestrados, com doutoramentos, onde há também investigação e inovação”, alegou.

No seu entender, esta unidade contribui ainda para o objetivo da própria autonomia estratégica da União Europeia, que, no seu todo “produz apenas 1% da aquacultura mundial”. “Em cada 3 mil toneladas que consumimos na União Europeia, há 2 mil que nós importamos e, portanto, mesmo em Portugal, temos, em termos do setor da pesca, um défice de mais de 200 toneladas anuais, e nós temos aqui também este objetivo. Sendo um país que tem esta zona económica exclusiva brutal, este mar que tem esta capacidade e, depois, há também fundos disponíveis para este objetivo: nós devemos aproveitar estas oportunidades “, acrescentou.

Segundo José Manuel Fernandes, a aquacultura “é muito mais que o peixe”. “É também coesão territorial, investigação, inovação e indústria, transformação, criação de riqueza e mais-valia. E a prova é que temos aqui, por exemplo, uma maternidade que leva a que esta empresa [Flatlantic] tenha como objetivo ser líder à escala mundial”, concluiu.