“Mais do que nunca a biodiversidade e a natureza estão no topo da agenda política” da UE, declara  Virginijus Sinkevičius 

Lisboa, a Capital Verde da Europa 2020, acolheu o arranque da Semana Verde Europeia. O evento, que decorreu esta segunda-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, teve como tema principal a natureza e a biodiversidade. 

O facto de ter sido a capital portuguesa a organizadora deste evento leva Virginijus Sinkevičius, comissário europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas, a felicitar o trabalho que tem sido feito para a preservação da biodiversidade: “As cidades bem planeadas, com parques e jardins interligados, não são apenas melhores locais para viver e respirar: são também paraísos para a biodiversidade, mais ricos em vida selvagem do que muitos pensariam”. 

Embora a pandemia tenha trazido “desafios sem precedentes” a todos, o responsável dá conta que o surto salientou a “importância da relação entre as pessoas e a natureza”, mostrando apenas “um dos muitos perigos da perda de biodiversidade”. E quando começa a haver sinais de perda da natureza, aumenta-se o risco das “doenças passarem da vida selvagem para as pessoas”, alerta. Assim, ações como a Semana Verde Europeia servem de “tentativa” para “corrigir esta realidade, de dar espaço à natureza nas nossas vidas. A natureza é a nossa rede de segurança e chegou o momento de remendar os buracos” na rede.

Embora os cientistas e os grupos de defesa  tenham estado a repetir estas mensagens há muitos anos, Virginijus Sinkevičius reconhece que raramente foram tidas em conta. No entanto, declara que, mais do que nunca, a “biodiversidade e a natureza estão no topo da agenda política” da União Europeia (UE).

A prova disso é a “nova estratégia para a biodiversidade” que aborda todos os fatores determinantes da “perda de biodiversidade”, da “utilização insustentável da terra e do mar”  e “sobre-exploração dos recursos naturais” à “poluição” e às “espécies exóticas invasoras”. O comissário avalia tal estratégia como um “elemento importante do plano de recuperação” da UE, com um “papel no reforço da resiliência e na prevenção de futuros surtos”, bem como uma “fonte de oportunidades imediatas de negócio e investimento para ajudar a restabelecer a economia”. 

E porque uma estratégia teórica não serve para nada, o responsável alerta para a necessidade de serem produzidas alterações de que o planeta necessita:  “A implementação tem de ser feita no mundo real, a nível local”. E por isso que a Estratégia “apela a todas as cidades com mais de 20 mil habitantes para que elaborem planos ambiciosos de ecologização urbana até ao final de 2021”, considerando ser uma “oportunidade para Lisboa” e para as “nossas outras capitais verdes”. 

O responsável reconhece que já há grandes progressos nesse sentido: “Temos de demonstrar que a transição para cidades mais sustentáveis e mais verdes pode criar zonas urbanas mais saudáveis em benefício do planeta, dos nossos cidadãos e da economia”.

Virginijus Sinkevičius declara que a Comissão Europeia  apoia todas as transições urbanas de todas as formas possíveis: “O nosso objetivo é dar orientações e apoio e garantir a disponibilidade de financiamento para promover a mudança”. Se o objetivo é alcançar resultados, o comissário quer que a palavra-chave da Semana Verde de 2020 seja “resultados”, remata

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