Mais de cinco mil Bandeiras Azuis atribuídas em Portugal em 30 anos
A Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) já atribuiu mais de cinco mil destes galardões em Portugal, em 30 anos, revelou hoje o presidente, José Archer, numa cerimónia de comemoração do aniversário da organização. “Em 30 anos atribuímos 5.229 bandeiras, das quais 4.868 foram em zonas balneares costeiras, 127 em zonas balneares do interior e 234 em marinas e portos de recreio”, afirmou.
José Archer falava em Lisboa, numa cerimónia de comemoração dos 30 anos da Bandeira Azul, no âmbito da qual foram distinguidas cerca de 30 câmaras municipais que já hastearam aquele galardão nas suas praias ou marinas. O presidente disse estar orgulhoso por a Bandeira Azul ser hoje um sinónimo de “credibilidade e confiança que é inquestionável” nas praias portuguesas, refere a Lusa.
Realçando a qualidade das praias, José Archer afirmou que Portugal é “o quinto país com maior número de Bandeiras Azuis” e o “primeiro com a maior percentagem de implementação entre as praias designadas [reconhecidas oficialmente] e as praias com Bandeira Azul”.
Nesse sentido, indicou que este ano “56,2% das praias designadas em Portugal têm Bandeira Azul”, enquanto em Espanha esta percentagem é de 25,9%, na Grécia 24%, na Dinamarca 23% e em França 11,7%.
Em declarações à Lusa, José Archer disse que a educação ambiental “é uma caminhada” na qual tem de se dar “passos firmes na direção certa” e frisou que dará o seu trabalho por terminado “no dia em que todas as praias tiverem a Bandeira Azul hasteada”. “As gerações mais jovens são mais bem-educadas em termos ambientais do que as mais velhas. Há 30 anos, as praias eram sujeitas a uma grande pressão num período curto do ano e ficavam em pior estado a cada ano que passava. Com a imposição de regras, pouco a pouco as pessoas foram alterando o seu comportamento”, afirmou. Hoje, considerou, as praias são um “excelente cartão-de-visita para Portugal”.
Presente na cerimónia, a secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Célia Ramos, disse que estes 30 anos foram resultado de um “trabalho louvável e meritório de promoção das águas” nacionais e apontou “desafios ambiciosos” para o futuro.
“A manutenção da linha de costa e das estruturas que foram criadas ao longo de todo este processo de qualificação, assegurar a continuidade da qualidade das águas, sobretudo nas zonas urbanas, implementar sistemas de alerta precoces com base na monitorização e em modelos de previsão e aumentar o número de praias galardoadas”, indicou a governante.
Uma das Câmaras distinguidas foi a de Mira, distrito de Coimbra, que é a única no país com 30 anos de Bandeira Azul. Em declarações à Lusa, o presidente da autarquia, Raul Almeida, frisou que a população de Mira “tem muito orgulho nas suas praias e faz um trabalho exemplar ao longo dos anos na sua manutenção e na educação ambiental”. Sem referir número, o autarca disse que o investimento feito “é muito avultado”, exemplificando com a manutenção do areal (que é feita no início e no fim de cada época balnear), a limpeza e as análises das águas.