Um total de 5.673 famílias tiveram comunicações eletrónicas, entre as quais telefónicas, afetadas pelo incêndio de Monchique, que ocorreu em agosto passado, e 307 dessas ligações ainda estão por repor, informou hoje o Governo, citado pela Lusa.
Intervindo na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, indicou que “algumas centenas de ligações” foram destruídas ou danificadas pelo incêndio que deflagrou no concelho algarvio de Monchique e que decorreu entre 3 e 10 de agosto.
O governante, que estava a ser ouvido no seguimento de um requerimento do PCP sobre as ligações destruídas nos incêndios e respondia a questões do PSD, precisou que, “de acordo com a informação disponibilizada pelo regulador [a Autoridade Nacional de Comunicações – Anacom], 5.673 famílias foram afetadas”. Neste momento, contam-se “307 acessos por repor”, um mês depois do fogo.
O incêndio rural de Monchique, que destruiu perto de 28 mil hectares, deflagrou em 3 de agosto e foi dado como dominado uma semana depois, no dia 10. Atingiu também o concelho vizinho de Silves, depois de ter afetado, com menor impacto, os municípios de Portimão (no mesmo distrito) e de Odemira (distrito de Beja).
Em relação aos incêndios florestais do ano passado, o ministro foi questionado sobre erros na cobrança das faturas, já que algumas operadoras continuaram a enviar dados para pagamento aos clientes apesar de as ligações estarem suspensas devido aos fogos.
Pedro Marques remeteu mais informações para a Anacom. “Tem de perguntar ao regulador. Nós não temos como obrigar a alterar faturas, é um setor privado e regularizado”, disse o ministro em resposta à deputada social-democrata Fátima Ramos. Na ocasião, o deputado bloquista Heitor de Sousa abordou o funcionamento do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), que falhou nos incêndios do ano passado.
Em resposta, Pedro Marques referiu que “o sistema SIRESP foi otimizado com investimentos importantes”, ao nível dos satélites e das antenas móveis, e, por isso, “não há queixas sobre o seu funcionamento este ano, nomeadamente no maior evento, o incêndio de Monchique”. O responsável reforçou que este ano esta questão “este não foi um tema”, já que o sistema “funcionou claramente”.
Também presente, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, realçou “o papel da Anacom” no acompanhamento das infraestruturas após os incêndios, tanto nos deste ano, como do ano passado, notando que, “desde o início”, o regulador “tem obrigado a um reporte semanal destas reposições”. Além disso, “os incumprimentos têm sanções que são aplicadas”, lembrou.