Maioria dos fabricantes automóveis estão a atrasar modelos mais eficientes e limpos
Na Europa, os fabricantes automóveis estão a atrasar as vendas de veículos elétricos e as atualizações dos modelos mais vendidos para os tornar mais eficientes e limpos, concluí o estudo elaborado pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E) sobre as emissões de CO2 dos veículos ligeiros em 2017.
Contudo, o estudo revela que quase todos os fabricantes europeus — à exceção da Fiat — irão cumprir as metas de redução de emissões de CO2 da União Europeia (UE) em 2021 (95g CO2/km). Como? Através da venda de veículos mais eficientes (ao nível do consumo de combustível), da expansão da frota de elétricos e híbridos “plug-in” e do recurso a “esquemas de flexibilidade” para o cumprimento das metas, existentes na legislação europeia.
A ZERO faz parte da T&E e revela as principais conclusões do estudo:
– Apenas seis dos 50 modelos mais vendidos, de veículos ligeiros de passageiros e comerciais, na Europa foram atualizados o ano passado. Com 21 deles a serem relançados como modelos mais eficientes e com menores emissões de CO2 até 2020;
– O número de modelos de baterias elétricas deve aumentar cinco vezes, para um total de 100 em 2021, o que permitirá aumentar a autonomia, escolha e a concorrência entre as marcas automóveis;
– O declínio do impacto das emissões de CO2 dos veículos a gasóleo é mais do que compensado por veículos de baixo carbono;
– O aumento das vendas de utilitários desportivos (SUVs) — a quota de mercado aumento de 4% em 2001 para 26% em 2016 — e o aumento de potência dos motores está a resultar no aumento de emissões de CO2.
Os veículos ligeiros de passageiros e comerciais correspondem a dois terços das emissões de CO2 emitidas pelos transportes, o único setor cujo impacto ambiental tem continuado a crescer desde a década de 90. Está a ser discutida uma proposta da Comissão Europeia para definir novas metas de redução das emissões de CO2 dos veículos, de 15% e 30% em 2025 e 2030 respetivamente.
Para a ZERO “este estudo traz evidências de que, uma vez mais, os fabricantes de automóveis por toda a Europa persistem no falso argumento de que não conseguem cumprir as suas metas de emissões de CO2 e culpam o declínio nas vendas de veículos a gasóleo, enquanto apostam em modelos SUVs, potentes e ineficientes, para maximizar os seus lucros”.