Face à ausência de dados oficiais sobre a recolha de óleos alimentares usados com origem doméstica, a ZERO realizou um levantamento do ponto da situação da recolha destes resíduos nos municípios com mais de 100 mil habitantes em 2022.
De acordo com os resultados apurados, existem alguns municípios que conseguem taxas de recolha entre 0,18 e 0,29 litros por habitante/ano, enquanto os piores casos apresentam taxas de recolha entre 0,01 e 0,06 litros por habitante/ano, muito abaixo da média que foi de 0,11.De um modo geral, pode-se concluir que a taxa de recolha é maior nos municípios que possuem uma rede de oleões mais apertada.
Os cinco municípios com as melhores taxas de recolha foram os seguintes (em litros por habitante ano): Maia: 0,29; Seixal: 0,22; Oeiras: 0,21; Matosinhos: 0,19; e Amadora: 0,18.
Para além da recolha através dos oleões, os óleos também podem ser recolhidos através de um sistema porta-a-porta, a pedido. Esse é o processo a que recorreram a Câmara Municipal de Braga e os restantes municípios do sistema de gestão de resíduos urbanos da Braval e que resultou no desempenho de 0,13 litros por habitante/ano.
Por outro lado, considerando que o fluxo dos OAU tem valor económico, os oleões acabam muitas vezes por ser alvo de roubo e consequente vandalismo daqueles equipamentos, para além do facto de que a recolha através da colocação de oleões na via pública dificulta a correta utilização, podendo levar a contaminações.
Os óleos alimentares usados são uma matéria gordurosa que, quando não é recolhida seletivamente, é descarregada nas redes de esgotos, acabando por prejudicar o funcionamento dessas redes e das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Também a descarga no meio hídrico de um litro de óleos provoca a poluição de cerca de um milhão de litros de água.
No entanto, se esses óleos forem recolhidos seletivamente, podem ser utilizados para a produção de biodiesel, um substituto do gasóleo, e assim se reduzir a emissão de gases de estufa e as alterações climáticas.