Maia e APA assinam protocolo para medidas de apoio aos danos causados por cheias e inundações
A Câmara Municipal da Maia e a APA – Agência Portuguesa do Ambiente assinaram, esta segunda-feira, 16 de setembro, o protocolo de colaboração técnica e financeira para medidas de apoio em consequência dos danos causados por cheias e inundações no concelho.
O protocolo foi assinado pelo Presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, e pelo Presidente do Conselho Diretivo da APA, Pimenta Machado, e destina-se a regularizar a linha de água afluente à ribeira do Arquinho, e mitigar os efeitos das chuvas na rua Agostinho da Silva Rocha, antiga EN107.
De acordo com Pimenta Machado trata-se de um pequeno projeto, “mas com um impacto muito relevante, na Maia”. O Presidente do Conselho Diretivo da APA recorda que o problema das cheias na Ribeira do Arquinho é um tema antigo, mas “hoje estamos aqui a dar uma resposta, que não é total, mas que vai permitir minimizar as cheias”.
“Vamos abrir a Ribeira e é assim que deve estar”, sublinha. “Vamos ter de preparar os nossos rios e ribeiras para os picos de precipitação. O passo dado aqui hoje é sinal de que estamos no caminho certo. É um sinal muito importante daquilo que é o caminho que se pretende seguir”.
O projeto de intervenção na Ribeira do Arquinho, “que tem uma forte componente de engenharia hidráulica e ambiental”, representa um investimento na ordem dos 600 mil euros. A APA vai comparticipar em cerca de 180 mil euros, o que representa “um terço do valor a investir”, sublinha o autarca da Maia, que conta que a autarquia está a negociar os terrenos que é necessário adquirir.
Não sendo a Ribeira do Arquinho caso único no Concelho da Maia, António Silva Tiago lançou um repto à APA para que apoie a autarquia na “resolução de ‘feridas’ que se fizeram, no passado, no território”.
O objetivo passa por adequar o espaço a uma problemática de cheias. “O que nós queremos é minimizar e resolver uma parte desta problemática”, explica o especialista em reabilitação de rios e ribeiras, Pedro Teiga. Isso pode ser feito “utilizando as técnicas de engenharia natural e para isso precisamos de ter espaço”, conta. “Vem uma chuva intensa, ou vem uma grande trovoada, o que nós queremos é que seja encaixada num determinado espaço da bacia hidrográfica. Ela vai funcionar como espaço de inundação preferencial, vai inundar todo esse espaço e para jusante vai ter um efeito funil em que vai sair lentamente. Esse efeito lento logicamente vai minimizar os efeitos que temos mais a jusante, na ribeira do Arquinho, porque vai ser já um efeito regulado”, explica o especialista.
A adquisição de terrenos é o grande desafio do projeto porque “é preciso dar espaço para este encaixe das cheias. E este espaço vai servir, para além da água, para a biodiversidade. “Vamos colocar um conjunto de espécies, ‘chapéu’, de valorização ecológica”, sublinha Pedro Teiga.