Mafra acolhe 12 máquinas que incentivam à reciclagem
A Câmara Municipal de Mafra deu as “boas-vindas”, esta terça-feira, a 12 novas máquinas de recolha de embalagens. Esta instalação insere-se no projeto “MAFRA Reciclar a Valer +”, em que o município é líder em Portugal. Incentivar a deposição seletiva de embalagens de bebidas é o grande objetivo deste projeto que pretende, ainda, contribuir para uma maior participação dos cidadãos no processo de reciclagem, recompensando-os diretamente quando depositam embalagens de alumínio e plástico PET até 3 litros.
Na sessão de lançamento, Hélder Sousa, presidente da Câmara Municipal de Mafra, deixou bem claro a importância da reciclagem, nomeadamente, para as gerações mais novas: “Este projeto é uma forma de diferente de se encarar o lixo, dando-lhe valor”. Assim, a partir de agora, “todos os cidadãos serão premiados pela entrega de garrafas de plástico PET e latas de alumínio de acordo com a sua volumetria, ou seja dois cêntimos para as embalagens inferiores a 0,50 litros e cinco cêntimos para embalagens superiores a 0,50 litros e até 3 litros)”, destaca..
Esta rede de equipamentos, que estão localizados em seis escolas do município e distribuídos pelo total de 6 lojas Lidl, Minipreço e Pingo Doce, permitirá testar o funcionamento do sistema de incentivo, contribuindo para aumentar o conhecimento sobre o mesmo e preparar o país para a implementação do sistema de depósito, obrigatório a partir de janeiro de 2022.
Para além da Câmara Municipal de Mafra, o projeto conta com a participação do Electrão e da Novo Verde, entidades gestoras de resíduos de embalagens que ajudarão a implementar os equipamentos de recolha no Concelho, da Tratolixo, para onde serão encaminhados os resíduos recolhidos nas várias máquinas disponibilizadas e ainda do Instituto Superior Técnico e da 3drivers que irão apoiar a monitorização e avaliação desta solução.
“O país está hoje num processo de transformação acelerada do sistema de reciclagem de embalagens usadas”, disse Pedro Nazareth, diretor-geral do Electrão, acreditando que, “através deste sistema pioneiro, o país vai avançado para novas modalidades de recolha e reciclagem de bebidas”. O “MAFRA Reciclar a Valer +” foi assim desenvolvido para “explorar as diferentes dinâmicas operacionais da gestão” do sistema de depósito: “É muito importante que o sistema nacional a estabelecer permita incorporar os diferentes projetos de depósito que têm vindo a ser realizados, um pouco por todo o país, potenciando o investimento entretanto realizado e know-how adquirido”, destaca. O projeto traz ainda a importância de se “trabalhar ativamente com todos os parceiros” envolvidos, de forma a que se consiga alcançar uma “rede nacional de taxas de reciclagem muito mais eficientes na recolha de embalagens usadas”, sustenta.
Também Ricardo Neto, presidente da Novo Verde, reiterou a importância de um projeto como este: “É importante para o país que o sistema de depósito venha a ver a luz do dia e que estes vários projetos que acontecem por todo o país venham dar substância e mostra aquilo que deve ser feito e de que forma deve ser implementado este sistema que dentro em breve iremos conviver com ele”.
Para João Teixeira, presidente do Conselho de Administração da Tratolixo, o “MAFRA Reciclar a Valer +” é fundamental para demonstrar a importância do papel operacional dos Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) no sistema de depósito de embalagens não reutilizáveis: “É muito importante que os SGRU continuem a estar integrados no sistema de depósito de modo a minimizar a pegada ecológica e, simultaneamente, permitir a rentabilização dos investimentos efetuados, dos equipamentos e dos recursos humanos existentes, com claros benefícios ambientais, técnicos e económicos para todo o sistema”.
Para promover a adesão e correta utilização destas máquinas, o município de Mafra tem prevista a realização de campanhas de sensibilização, incluindo em formato online, mobilizando a população e os visitantes para as mais-valias destas soluções.
O projeto ‘MAFRA Reciclar a valer +’, que decorrerá até ao final de 2021, é apoiado em 756 mil euros através do Programa Ambiente do EEA Grants Portugal, um Mecanismo Financeiro Plurianual entre o Espaço Económico Europeu e a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega.