A TNC – The Nature Conservancy, o LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia e a APREN –
Associação Portuguesa de Energias Renováveis juntaram-se numa parceria para apoiar a agenda de transição energética de Portugal. Esta aliança estratégica reúne conhecimento em matéria de ambiente, ao nível de investigação científica e garante o envolvimento de todas as partes interessadas para impulsionar soluções energéticas sustentáveis para o país.
Ao abrigo de um Memorando de Entendimento recentemente assinado, as organizações parceiras trabalharão em estreita colaboração com todos os stakeholders portugueses, incluindo ONG ambientais nacionais, no sentido de identificar as áreas ideais para localizar novas centrais de energia solar e eólica, respeitando os valores ecológicos e culturais. O mapa resultante tem por objetivo de apoiar os decisores políticos, organismos públicos, investidores e promotores no cumprimento da diretiva das renováveis da União Europeia, no que respeita a designação de Áreas de Aceleração Renováveis até fevereiro de 2026.
Com base na investigação pioneira do LNEG lançada no início deste ano, o projeto irá implementar a metodologia de localização “smart” da TNC já utilizada nos Estados Unidos, Índia, Croácia e nos Balcãs Ocidentais para estudar meticulosamente o território de Portugal Continental, identificando as melhores localizações para novos projetos de energia solar e eólica. Estas áreas de aceleração serão selecionadas com base na adequabilidade ambiental, na exequibilidade técnica e no alinhamento com o ambicioso compromisso de Portugal de ter 90% de eletricidade renovável até 2030.
Elif Gündüzyeli, Diretora do Programa de Energia Renovável da TNC, afirma que “Portugal tem a oportunidade de marcar o ritmo da aceleração das energias renováveis na Europa, mas tem de ser inteligente para conseguir avançar rapidamente. Estamos entusiasmados por trabalhar com as principais autoridades de Portugal em energias renováveis e em proteção ambiental para apoiar a implementação da metodologia de localização “smart” da TNC e garantir que a implementação da energia eólica e solar seja feita em harmonia com as prioridades da natureza e das comunidades locais”.
Já Teresa Ponce de Leão, Presidente do Conselho Diretivo do LNEG, diz que “o nosso país tem excelentes condições para a produção de energias renováveis, mas também para o (eco)turismo, a agricultura e outras possibilidades de desenvolvimento económico. Isto é possível porque Portugal também possui serviços de ecossistema valiosos que precisam de ser preservados. Acreditamos que esta colaboração pode contribuir para harmonizar todos estes usos do solo e, assim, acelerar a transição energética sustentável e justa em Portugal”.
Por sua vez, Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN, evidencia que “à medida que Portugal avança no caminho da transição energética, definido a nível europeu e refletido no Plano Nacional de Energia e Clima 2030, torna-se cada vez mais importante superar as barreiras à instalação de energia renovável no país. Uma das dificuldades continua a ser a lentidão dos processos de licenciamento de projetos renováveis devido à falta de consenso sobre sinergias nos usos múltiplos do território. Acreditamos que esta parceria pode ajudar a acelerar o conhecimento e a aceitação, e, assim, contribuir para acelerar uma transição energética que se pretende rápida, justa e eficaz, garantindo que Portugal aproveita a oportunidade para contribuir para a competitividade e segurança energética do país”.