LNEC lidera projecto europeu que estuda efeitos de alterações climáticas na água
O projecto BINGO, com vários países europeus e coordenação do LNEC, vai avaliar os impactos das alterações climáticas em todo o ciclo da água e propor formas de reduzir as vulnerabilidades de várias zonas. Para isso, as entidades dos vários países envolvidos contam com um financiamento europeu de oito milhões de euros.
O objectivo é “avaliar, de forma inovadora, os impactos das alterações climáticas no ciclo integrado da água, das águas superficiais às subterrâneas ou costeiras, promovendo estratégias de gestão do risco e de medidas de adaptação”, como explicou a coordenadora do consórcio, Rafaela de Saldanha Matos, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Março. As estratégias a propor vão basear-se “numa lógica de diminuição de vulnerabilidades e de acréscimo da capacidade de resiliência do sistema”, acrescentou a investigadora e directora do departamento de Hidráulica e Ambiente do LNEC.
Em Portugal, que vai receber dois milhões de euros do total, os parceiros são, além do LNEC, a EPAL, a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e a Sociedade Portuguesa de Inovação, e foi escolhida a zona da bacia do Tejo. O trabalho abrange um conjunto representativo de condições climáticas, de combinações de usos da água – desde o urbano, ao agrícola ou industrial-, tipologias de pressões e várias problemáticas – como inundações e secas, qualidade da água e poluição, ou conflitos no uso do recurso pelos diferentes sectores de atividade económica. Esta diversidade pretende garantir a possibilidade de replicação das soluções desenvolvidas para outras regiões, nomeadamente na bacia do Mediterrâneo.
Intitulada “Bringing INnovation to onGOing Water management – a better future under climate change” (“Trazendo inovação à gestão da água – um futuro melhor sob influência da mudança do clima”), a iniciativa conta com uma equipa de 70 elementos de centros de investigação, autoridades da água, utilizadores, indústria e empresas, e, vai seguir, seis casos, três localizados no norte da Europa (Noruega, Holanda e Alemanha) e três no sul (Espanha, Portugal e Chipre).