As autarquias de Mirandela e Vila Flor ainda não deram início ao processo de remoção dos resíduos de papel e plástico prensado que continuam por retirar nos escombros de um armazém do complexo do Cachão, onde, em fevereiro deste ano, ocorreu um incêndio de grande dimensão, noticiou hoje o Jornal de Notícias.
O Bloco de esquerda divulgou, na passada terça feira, que o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, informou a comissão parlamentar do Ambiente na Assembleia da República que os dois municípios iam começar a retirar os resíduos, mas tal não aconteceu até agora.
O presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, admitiu ao JN desconhecer qualquer indicação do Ministério do Ambiente nesse sentido. Aliás, segundo o autarca, a remoção dos resíduos não é da responsabilidade das câmaras, mas da empresa que armazena esse material, a Mirapapel, ainda que tenha ficado decidido que a empresa intermunicipal Agro-Industrial do Cachão (AIN), da qual os dois municípios são proprietários, ficaria incumbida da remoção dos resíduos.
“Atualmente a AIN não tem disponibilidade financeira para suportar o processo de remoção dos resíduos, que é dispendioso. Está orçamentado em 200 mil euros”, refere o autarca.
António Branco deu ainda conta de que o proprietário da empresa Mirapapel tem vindo a remover alguns resíduos, mas de forma lenta. “De vez em quando retira um camião, o que significa 20 ou 30 toneladas. No local há muito mais”, calcula o autarca.
As câmaras de Mirandela e de Vila Flor estão disponíveis para encontrar uma solução conjunta com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte (CCDR-N), “mas que não seja prejudicial para os municípios” e defendem que seja encontrada uma resposta através do Fundo de Intervenção Ambiental.