Portugal deverá gastar, até ao final do ano, 76,6 milhões de euros com intervenções no litoral por causa da erosão costeira e dos temporais. Em execução, ainda estão 30,4 milhões (40% do total), correspondentes a 24 do total de 110 ações iniciadas em maio do ano passado.
Segundo apurou o Jornal de Notícias junto da Associação Portuguesa do Ambiente (APA) em 26 de outubro passado estavam concluídas 86 intervenções (77,5% do total), num valor de 46,1 milhões de euros (60,2%). Aquelas intervenções foram iniciadas na época balnear 2013/14 no âmbito do Plano de Ação Proteção e Valorização do Litoral 2012/15 e das respostas a situações de emergência às intempéries do inverno de 2013/14.
Só no temporal de 3 a 7 de janeiro do ano passado, foram registados 5,8 milhões de euros de prejuízos com o agravamento da erosão, galgamentos de dunas e danos em passadiços e outras estruturas. Como os investimentos são cofinanciados pelo Programa Operacional de Valorização do Território, que termina em dezembro, terão de estar concluídas nessa altura.
Apesar do mau tempo com forte agitação marítima no final de outubro, nenhuma obra realizada foi atingida, garante a APA.
Em resposta escrita ao JN, a autoridade nacional da água assinala que a perda de parte da areia recarregada artificialmente nas praias de D.Ana (Lagos) e de Odeceixe (Aljezur) constitui uma “reação natural de reajuste do sistema, já prevista nestes casos no primeiro inverno após intervenção”.
A alimentação artificial de praias – recomendada pelo Grupo de Trabalho para o Litoral, nomeado após os temporais de janeiro do ano passado – é necessária para pelo menos manter a linha de costa nos troços da costa em erosão.
No conjunto das ações já realizadas e em cursos, este tipo de intervenção representou 12,9 milhões de euros, aos quais acrescem 22,9 milhões na reposição e proteção de áreas dunares.