As companhias de cruzeiros estão a trabalhar para alcançar a navegação com emissões zero até 2050. Entre as apostas no setor, a Associação Internacional de Cruzeiros (CLIA, na sigla em inglês) espera um investimento forte na redução das emissões enquanto os navios estão nos portos, centrado no abastecimento de energia elétrica ‘shore-to-ship’.
Até 2028, prevê-se que 85% dos navios de cruzeiro membros CLIA estejam equipados com a capacidade de conexão à eletricidade em terra. Esta percentagem corresponderá à quantidade de 209 navios.
Atualmente, há cerca de 40% da frota de navios de cruzeiro da CLIA, mais de 80 navios, equipados com este sistema, estando para breve a atualização em mais 83 navios, garante a associação, num comunicado enviado à imprensa.
O abastecimento de energia elétrica ‘shore-to-ship’ no terminal de cruzeiros de Lisboa, bem como nos restantes terminais da zona oriental da cidade, está previsto para os próximos dois anos, revela António Caracol, administrador do Porto de Lisboa. A Administração do Porto de Lisboa está já a preparar o concurso público para disponibilizar o abastecimento de energia elétrica ‘shore-to-ship’, com um investimento público e privado de 30 milhões de euros.
“O turismo de cruzeiro sustentável requer um esforço coletivo”, e, por isso, o setor está a trabalhar em colaboração com as autoridades municipais e portuárias de todo o país, bem como com os agentes portuários e o Governo.
“Para depois de 2023, estão a ser planeados e instalados novos motores e tecnologias de propulsão para novos navios que entrem no mercado até 2028”, assegura a CLIA. Até essa data, a frota de cruzeiros da associação deverá incluir 38 navios de cruzeiro movidos a gás natural liquidificado, que é utilizado como combustível de transição por ter impactos ambientais menos significativos.
A CLIA esclarece ainda que “mais de 15% das companhias de cruzeiro que entrarem em serviço nos próximos cinco anos estarão equipadas para incorporar células de combustível ou baterias”.
Com o lançamento de 14 navios das companhias de cruzeiro associadas da CLIA em 2023, a frota total incluirá, já no final do ano, 293 navios. 38 mil milhões de euros serão investidos em 62 navios com entrega prevista até 2028, sendo quase todo o volume de investimento proveniente da Europa.