Lisboa identifica obras com risco
A Câmara de Lisboa tem 30 dias para concluir o “levantamento e inventariação de todas as obras que decorrem na cidade suscetíveis de envolver movimentação de solos contaminados”, anuncia esta sexta-feira o Correio da Manhã. A medida surge na sequência da contestação de moradores da freguesia do Parque das Nações às obras de ampliação do Hospital CUF Descobertas, que alegam libertar maus cheiros.
A José de Mello Saúde, proprietária do terreno, confirmou que os terrenos onde decorrem a movimentação de terras estão contaminados. As obras localizam-se nos terrenos onde funcionou a antiga refinaria de Cabo Ruivo. A identificação das obras com risco no espaço de um mês resulta da aprovação por unanimidade de uma moção apresentada pelo vereador do PSD, António Prôa.
O vereador salienta que, além desta empreitada, existem outras “que decorrem em zonas onde anteriormente estiveram instaladas indústrias poluentes e cuja probabilidade de existirem solos contaminados é elevada”, dando por exemplo Braço de Prata, Santa Apolónia, Campo das Cebolas ou Boavista.
Perante o cheiro a químicos no Parque das Nações, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, pediu na quarta-feira esclarecimentos à Agência Portuguesa do Ambiente e à Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
O vereador pretende saber se os trabalhos em curso “permitem acautelar, após a construção, a saúde e a segurança dos futuros utentes do edifício e dos edifícios circundantes”. Em anterior explicação, a José de Mello Saúde divulgou que os resíduos perigosos “foram eliminados na CIRVER da Ecodeal” e os não perigosos foram repartidos pela cimenteira da Cimpor e pelo aterro ProRESI Alenquer.