Lisboa E-Nova partilha resultados do estudo sobre perceções em relação à reutilização de água residual tratada
O “Estudo de atitudes e comportamentos face à reutilização de água residual tratada em Lisboa” foi desenvolvido no âmbito do Projeto CEMOWAS2, um projeto europeu financiado através do programa Interreg Sudoe, que tem como principal objetivo propor estratégias de gestão e a demonstração da viabilidade de soluções concretas para os resíduos orgânicos e águas residuais.
Neste documento é reportado o resultado de um trabalho de pesquisa quali-quantitativa, realizado pelo IMR – Instituto de Marketing Research com a coordenação da Lisboa E-Nova, que pretende “aferir a recetividade dos cidadãos residentes em Lisboa à utilização de água residual tratada em espaços públicos exteriores”, integrando também o “ponto de vista de instituições e entidades interessadas”. O relatório descreve a metodologia de trabalho utilizada, os resultados e as conclusões.
A análise sociológica foi estruturada em três fases, que incluíram a constituição de dois grupos de foco, a realização de inquéritos e de entrevistas individuais às principais partes interessadas nesta temática na cidade de Lisboa, e contou com o contributo de vários especialistas, decisores e responsáveis operacionais.
Entre várias outras informações relevantes que podem ser retiradas deste estudo e partilhadas à imprensa, destaca-se uma “elevada predisposição para a aceitação da utilização de Água Residual Tratada em espaços exteriores por parte dos cidadãos. (cerca de 81,4%)”. Os menos convictos relativamente a esta alternativa argumentam, sobretudo, a “desconfiança face a potenciais efeitos nocivos na saúde”, indica o estudo.
A reutilização da água é, ainda, relacionada a outras potenciais associações negativas, como a “incorporação de produtos químicos”, que gera a “perceção de insegurança por eventuais efeitos na saúde pública”, bem como a “necessidade de incremento do investimento publico, perceções potenciadas por um elevado desconhecimento em relação ao ciclo urbano da água”.
Neste sentido, segundo a Lisboa E-Nova, a “comunicação e a informação emergem como elementos chave para melhorar a recetividade dos cidadãos a esta utilização”, permitindo e”lucidar sobre as razões justificativas” e, sobretudo, “demonstrar a segurança e inocuidade para o ser humano”.