A Lipor mostrou-se concordante com a posição da AVALER – Associação de Entidades de Valorização Energética de Resíduos Sólidos Urbanos sobre o pagamento da eletricidade produzida com resíduos urbanos.
Em comunicado, a empresa de gestão de resíduos do Porto diz “subscrever” a posição da AVELER, assumida esta terça-feira numa nota divulgada, onde é frisado que a “remuneração da eletricidade produzida por resíduos tem sido essencial para manter as tarifas de tratamento de resíduos a um nível suportável pelos municípios e pelos cidadãos em todo o país e não exclusivamente nas regiões de Lisboa e do Porto”. De acordo com a AVALER, as empresas gestoras de resíduos em todo o país devolvem ao cidadão e à sociedade as receitas da produção de eletricidade, através da redução das tarifas de tratamento de resíduos e através de investimentos na qualidade do tratamento de resíduos.
Posto isto, a AVALER sublinha em comunicado que não defende subsídios à produção da eletricidade a partir de resíduos. A AVALER defende sim o “justo pagamento do valor dessa energia”. Esse justo pagamento inclui, naturalmente, o “valor da energia”, determinado pelo “mercado ibérico da eletricidade, o valor da redução de emissões de CO2”, determinado pelo “mercado de CO2, o valor da potência elétrica garantida”, quando for esse o caso, e o “valor da deposição em aterro sanitário evitado”.
A associação diz ainda que não apoia “qualquer situação de privilégio da valorização energética por via da incineração”, mas sim que “todas as instalações, em qualquer região do Continente devem ser remuneradas pelos mesmos princípios, sendo que a remuneração final da unidade de energia, será diferente conforme o benefício para a sociedade daí decorrente pela aplicação dos princípios acima enunciados”. Será naturalmente maior no caso da valorização de biogás de aterro e de digestão anaeróbia, como já hoje acontece, refere.
A AVALER destaca também que já fez uma proposta ao Governo para a remuneração da eletricidade produzida por valorização de resíduos urbanos. A associação mantém assim os princípios que sempre defendeu: “o país deve caminhar para a valorização integral de todos os resíduos valorizáveis, valorizando materialmente todos os resíduos que tenham condições para reciclagem material de qualidade, bioresíduos e frações multimateriais, e valorizando como energia todos os refugos, rejeitados e a fração residual que não tenha condições de valorização material”.
A AVALER repudia integralmente qualquer acusação de tratamento privilegiado e mantém toda a sua disponibilidade continuar a trabalhar nesta relevante matéria, como tem feito no passado, bem como a sua inteira disponibilidade para esclarecer quem quiser ser esclarecido.