A Lipor abriu, nas últimas semanas, novos concursos públicos — no valor de mais de oito milhões de euros — com vista a dar seguimento a inovadores projetos no domínio da reciclagem: montar uma nova unidade de triagem de embalagens plásticas e metálicas, uma linha de granulação de composto e uma unidade de preparação de Substratos. A entidade recupera ainda duas antigas Naves fabris para alojar os novos investimentos.
A Lipor tem um conjunto de Planos de Investimentos, anuais e plurianuais, que segundo Fernando Leite, CEO da empresa, “visam dar resposta às necessidades de valorizar os resíduos produzidos” numa área geográfica “importante” como é a região do Grande Porto. Além disso, procura cumprir e ” até superar” as metas definidas no PERSU 2020 e 2020+.
O responsável indica à AmbienteMagazine.pt que a “intensificação” de projetos de recolha porta-a-porta que a Lipor está a desenvolver junto dos municípios associados fez “crescer significativamente as quantidades de materiais a preparar” para reciclagem e que tal resulta na necessidade de “ampliarmos, com novas unidades e equipamentos de maior capacidade de processamento, as nossas instalações”. Como a “premência” da construção das infraestruturas “não se compadece com os habituais prazos necessários”, para aprovar candidaturas, a Lipor arrancou já com os respetivos Concursos Públicos.
Novos projetos de investimento
Assim, a Lipor abriu alguns concursos nas últimas semanas que, face à Covid-19, terão um prazo de 90 dias para apresentação de propostas. Os projetos são:
– A montagem de uma nova linha de processamento de embalagens plásticas e metálicas, automatizada, de grande capacidade (6 milhões de euros);
– A montagem de uma linha de granulação de cerca de 10.000 toneladas de “composto orgânico natural” — o Nutrimais — para corresponder às exigências do mercado agrícola da vinha, fruticultura ou produção de legumes (1,8 milhões de euros);
– A instalação de um sistema de equipamentos de produção e embalagens de substratos para agricultura especializada em estufas e para culturas especiais (400 mil euros).
Fernando Leite sublinha que este último projeto foi pensado pela Equipa de I&D da Lipor, na íntegra, e que se trata de “um nicho de mercado que nos interessa muito explorar”.
Neste momento, está ainda a decorrer a reconstrução de duas antigas Naves fabris, num investimento de cerca de 3 milhões de euros, para poder lá alojar os novos investimentos que foram, agora, decididos. O responsável avança que a Lipor detém uma antiga Central de Compostagem, em Ermesinde, desativada em 2000, na qual tem utilizado alguns pavilhões como Plataforma de Triagem de resíduos especiais (ex. REEE e plásticos rígidos). Como essa área é ainda “significativa”, a entidade resolveu desenvolver a “completa renovação” do espaço onde vai “localizar a linha de triagem das embalagens”.
O CEO da Lipor assinala que a entidade “sempre desenvolveu Projetos de qualidade e extrema utilidade para atingir as Metas e Objetivos nacionais e europeus” no domínio da reciclagem, pelo que considera tais propostas de investimento “merecedoras da aprovação pela Entidade gestora do POSEUR”.