A Lipor promoveu, esta quinta-feira, em Lisboa, um encontro entre várias entidades e empresas portuguesas para apresentar oficialmente a 29.ª edição do Congresso Mundial da Associação Internacional para a Gestão de Resíduos (ISWA). Entre os dias 7 a 9 de outubro, a cidade de Bilbau, em Espanha, vai ser o palco deste encontro que vai reunir participantes de cerca de 80 países, estando previstos mais de 1.200 delegados de todo o mundo e mais de 300 palestrantes.
Sob o mote “Economia Circular. O que fazer?”, o ISWA vai promover a discussão em torno das várias áreas da gestão sustentável de resíduos, economia circular e eficiência no uso de recursos. À Ambiente Magazine.pt, Fernando Leite, administrador-delegado da Lipor, eleva este encontro ao estatuto de “maior congresso do mundo de resíduos”. Outras áreas que estão no pendor da atualidade também serão exploradas como “cidades sustentáveis, tecnologias em gestão de resíduos, inovação digital, mudança climática, inovação social, lixo marinho”, enumera.
O Congresso da ISWA tem como principais alvos “os responsáveis e técnicos das entidades que gerem os resíduos” nos domínios “da recolha”, “do tratamento” ou mesmo “públicos e/ou privados”, afirma Fernando Leite. A participação de todas as entidades é “muito importante”, sustenta o responsável, acrescentando que “se trata de um encontro onde surgem novas ideias e partilha de conhecimento”.
ISWA 2019: “número recorde de participações nacionais no estrangeiro”
Uma vez que o número de profissionais portugueses tem aumentado, a Lipor esforça-se por conseguir “congregar outras empresas e conseguir o máximo número de colegas nacionais”, afirma. O relacionamento com múltiplas empresas permite à Lipor “organizar uma participação mais coletiva” no Congresso. Para este ano, já estão previstas 30 entidades, um número recorde de participações nacionais no estrangeiro. No entanto, Fernando Leite acredita que, até à data do congresso, “vamos aumentar este número”.
Questionado sobre a importância deste encontro, Fernando Leite considera que, “além de abranger as mais importantes áreas da gestão de resíduos”, proporciona uma “oportunidade para o benchmarking, conhecimento de novas tendências no setor” e, acima de tudo, “é um ponto de encontro de profissionais, investigadores e responsáveis políticos”.
A gestão é cada vez “mais importante. O melhor que podemos fazer em resíduos é não ter resíduos”, afirma o administrador-delegado da Lipor, considerando que é necessário “um conjunto de pensamentos e estratégias que têm de ser desenvolvidas”. Para Fernando Leite, “ainda produzimos muitos resíduos” e o grande desafio passa mesmo por “termos de conviver com esta problemática”. No entanto, existem oportunidades: “a abordagem que hoje fazemos ao resíduo é completamente diferente daquela que se fazia há 10 ou 20 anos”, declara. Antes, o resíduo era destruído e colocado em sítios onde ficava confinado mas hoje é visto como um recurso. “É algo que tem uma segunda utilização”, abrindo um potencial de “desenvolvimento económico, de riqueza para o país (crescimento de valor) e de emprego”. A “criação de valor”, o “emprego” e até mesmo a “poupança de recursos” são itens possíveis de “abordagem na Economia Circular” e que o “ISWA também vai abordar”, remata.