A ligação do Parque Empresarial da Baía do Tejo – Barreiro à SIMARSUL, empresa do Grupo Águas de Portugal, permite tratar os seus efluentes, contribuindo para a preservação do Tejo, o maior estuário da Europa Ocidental e que constitui a maior zona húmida do país e uma das mais importantes da Europa. No comunicado enviado à imprensa pode ler-se que esta ligação implicou um “investimento que ascendeu a 1,4 milhões de euros, integralmente assegurado por capitais próprios da Baía do Tejo”, permitindo “tratar os efluentes de cerca de 250 clientes do parque empresarial e ainda de uma área residencial da cidade do Barreiro”. Anualmente, a ETAR Barreiro/Moita receberá um total estimado de cerca de “450 mil m3 de águas residuais provenientes deste parque empresarial”, refere o mesmo comunicado.
Para assinalar a relevância desta ligação, realizou-se esta quinta-feira, no auditório da ETAR do Barreiro/Moita, uma sessão com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, da secretária de Estado do Ambiente, Inês Costa, e dos presidentes da Câmara Municipal do Barreiro, Frederico Rosa, da SIMARSUL, António Ventura, e da Baía do Tejo, Jacinto Pereira.
A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Barreiro/Moita constitui, pela sua dimensão, a maior infraestrutura da SIMARSUL – Saneamento da Península de Setúbal, S.A., a empresa do Grupo Águas de Portugal à qual está atribuída a concessão da gestão e exploração do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da península de Setúbal, abrangendo os municípios de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal.
Localizada no Parque Industrial do Barreiro, no limite dos concelhos do Barreiro e da Moita, a ETAR do Barreiro/Moita entrou em funcionamento em 2011 e faz parte do subsistema do Barreio/Moita, onde se incluem, ainda, cerca de 44,2 km de emissários e condutas elevatórias e 18 estações elevatórias.
Este subsistema representa, no conjunto de infraestruturas, um investimento total superior a 34 milhões de euros, com uma taxa de cofinanciamento de 85% através do Fundo de Coesão, dos quais 17 milhões de euros correspondem à ETAR do Barreiro/Moita.
A ETAR do Barreiro/Moita foi dimensionada para assegurar o tratamento de 65.000 m3/dia de águas residuais urbanas de 295.000 habitantes equivalentes e assegura um nível de tratamento terciário (desinfeção), estando também dotada com um sistema de cogeração que permite produzir energia elétrica e térmica através de fontes renováveis, contribuindo, assim, para a redução dos gases com efeito de estufa.
A água residual tratada é aproveitada para usos compatíveis de lavagens e limpezas na ETAR e nas estações elevatórias do respetivo subsistema, situação inovadora a nível nacional em 2011 e que permitiu reduzir o consumo de água potável naquelas instalações.
A entrada em funcionamento da ETAR do Barreiro/Moita, juntamente com outras infraestruturas do sistema multimunicipal de saneamento da SIMARSUL, permitiu reverter a situação de afluência, sistemática, ao estuário do Tejo de águas residuais urbanas sem tratamento adequado, contribuindo para a despoluição do maior estuário da Europa.
A ligação do Parque Empresarial do Barreiro, gerido pela Baía do Tejo, à SIMARSUL vai permitir contribuir para tratar anualmente cerca de 450 mil m3 estimados de águas residuais, provenientes deste parque empresarial, evitando a sua afluência sem tratamento ao estuário do rio Tejo.
A ETAR Barreiro/Moita está a receber os efluentes da Baía Tejo – Barreiro desde outubro de 2019 o que, em três meses, já permitiu reter na ETAR 15,4 toneladas de matéria orgânica.
Investimentos que promovem a sustentabilidade
Os investimentos realizados pela SIMARSUL ao longo de mais de uma década no âmbito do tratamento de águas residuais na Península de Setúbal ascendem a 211 milhões de euros e têm contribuído, de forma decisiva, para a preservação sustentável dos ecossistemas, dos recursos hídricos e para a melhoria da qualidade de vida da população local.
A SIMARSUL tem em curso, a concretizar até 2021, investimentos de cerca de 9,8 milhões de euros em empreitadas, nomeadamente na conclusão de alguns subsistemas, reabilitação de infraestruturas e melhoria da eficiência e fiabilidade de processos.
No que respeita ao subsistema Barreiro/Moita, a SIMARSUL tem previsto ainda a realização de investimentos de cerca de 0,66 milhões de euros destinados à construção do Emissário Cárcamo Lobo, infraestrutura que, coordenada com a intervenção do Município do Barreiro na rede “em baixa”, irá permitir evitar a entrada de afluências indevidas no sistema, nomeadamente pluviais e água da maré, e melhorar a performance geral do sistema e a qualidade de serviço. Com a ligação em alta dos efluentes do Parque Empresarial do Barreiro à rede da SIMARSUL, a Baía do Tejo continua a consolidar a sua política de requalificação ambiental dos territórios onde detém os seus ativos, dando cumprimento às orientações estratégicas do Projeto Arco Ribeirinho Sul e assegurando uma prática mais sustentável e ambientalmente responsável.