O ministro do Ambiente e da Transição Energética afirmou ontem à Lusa que os projetos que venceram o primeiro leilão de potência solar vão avançar de imediato, representando um investimento de cerca de 800 milhões de euros.
Em declarações à agência Lusa, João Pedro Matos Fernandes disse que os projetos das centrais solares de 13 empresas internacionais e nacionais, com uma capacidade total de 1.400 MW, “estão em condições de serem feitos”, até porque “todos têm pontos de acesso à rede [elétrica]”.
“Estes projetos vão avançar já. Não temos a mais pequena dúvida até porque a caução que pagaram não deixa dúvidas a esse respeito”, disse o governante, referindo que os termos do concurso preveem um prazo máximo de três anos para estarem concluídos. O leilão de energia solar fechou com um valor médio de 20 euros por megawatt/hora (MWh).
“Este leilão tinha tudo para correr bem no sentido em que estamos a falar de um dos países da Europa, em conjunto com a Turquia, com maior potencial para produzir eletricidade a partir do solar, mas de facto foram ultrapassadas as melhores expectativas tanto na concorrência como essencialmente no preço”, afirmou Matos Fernandes.
Um dia depois do fim do leilão de energia, o governante disse que o valor médio alcançado foi de 20 euros por MWh, menos de metade do preço base de licitação (45 euros MWh), realçando que foi batido “um recorde mundial”, ao vender um lote por 14,76 euros por MWh. “Essa grande procura refletiu-se no preço: batemos um recorde do mundo num dos lotes, e os preços médios são os mais baixos da Europa”, sublinhou.
Entre os concorrentes vencedores, a espanhola Iberdrola foi a empresa que adjudicou um maior número de lotes e a francesa Akuo a que ganhou mais potência — 370 MW de um total de 1.400 MW que foram a leilão, segundo adiantou à Lusa o governante que tem a tutela da energia. O ministro admitiu haver também empresas portuguesas entre os vencedores, mas sem especificar quais.