As autoridades do Koweit anunciaram que estão a tentar controlar um derrame de petróleo na sua costa sul, que sujou as praias e ameaça danificar centrais elétricas e estações de água, manchando de negro as águas do Golfo Pérsico.
“Equipas de emergência estão a tentar circunscrever uma maré negra perto do complexo petrolífero de Ras al-Zur” no sul do Koweit, indicou Talal al-Khaled, porta-voz da empresa Kuwait National Petroleum, num comunicado divulgado pela agência oficial KUNA e citado pela agência Lusa.
O complexo encontra-se perto do campo offshore de Al-Khafji, explorado conjuntamente pelo Koweit e pela Arábia Saudita nas águas do Golfo.
A origem da fuga e a sua dimensão não foram divulgadas oficialmente, mas media locais indicaram que, segundo especialistas, o petróleo vem de um velho oleoduto submarino do Al-Khafji. Segundo esses meios de comunicação, o equivalente a 35.000 barris de petróleo extravasou para as águas ao largo de Ras al-Zur, onde o Koweit pretende construir uma refinaria, uma instalação petroquímica e uma fábrica de liquefação de gás natural. A maré negra obrigou as autoridades a encerrarem duas centrais que produzem eletricidade e dessalinizam a água do mar, para evitar uma contaminação.
Khaled al-Hajeri, presidente da organização ambiental koweitiana sem fins lucrativos Green Line Society, criticou o governo por não ter divulgado “a gravidade do desastre” e avisado a população, adiantando que a organização responsabiliza-o por quaisquer efeitos na saúde que o derrame possa ter.
Segundo Al-Hajeri, o derrame começou há já alguns dias e os ativistas do seu grupo informaram as autoridades sobre o mesmo a 10 de agosto.
A Arábia Saudita e o Bahrein indicaram que a maré negra não atingiu as suas águas territoriais, precisando Riade num comunicado divulgado pela agência oficial SPA que, ainda assim, lançou um plano de ação de emergência e está a realizar inspeções aéreas à zona.