Realizaram-se de 8 a 10 de abril, as XXVIII Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental subordinadas ao tema “Educação Ambiental e Cultura Democrática”, promovidas pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA), no Instituto Jean Piaget do Sul, em Almada.
Durante os três dias do evento, professores, alunos, entidades relacionadas com o setor da educação, e que partilham preocupações ambientais, reuniram-se para debater as problemáticas atuais, centrando os trabalhos em quatro pilares fundamentais: Educação Ambiental e participação social para a ação climática; Educação Ambiental como forma de alcançar um modelo de economia circular; Educação Ambiental e voluntariado ambiental para uma cultura de corresponsabilização; Educação Ambiental, como promotora da cultura democrática nas políticas públicas.
Os três dias de evento chegaram ao fim com a “partilha das reflexões e desafios por Filomena Cardoso Martins (Universidade de Aveiro) e Sara Carvalho (ASPEA / Universidade de Aveiro), no já habitual resumo das Jornadas”, em que foi possível perceber a dimensão do evento, que contou com 150 participantes inscritos, pode ler-se numa nota.
O documento de reflexões e conclusões ficará disponível no site da ASPEA, para que, posteriormente, todos os participantes possam ajudar a enriquecê-lo com as as suas reflexões pessoais e, desta forma, colaborarem na construção de um documento final mais completo e representativo do que foram os diversos momentos de trabalho em que participaram.
Em jeito de reflexão sobre a capacidade de resposta dos jovens quando desafiados a procurar respostas às questões enquadradoras das Jornadas, Filomena Cardoso Martins questiona: “Em que tipo de sociedade viverão os nossos jovens no que diz respeito ao apoio à tomada de decisão? Estarão os nossos jovens preparados, por exemplo, para a discussão da localização de uma nova unidade industrial? Estarão os nossos jovens dotados de informação credível sobre a forma de defender os ecossistemas ribeirinhos dos impactos das emissões? Que consequência imediata, no estilo de vida de um jovem, pode representar a adesão a um movimento de desperdício zero? Qual a importância de ser uma voz ativa a ser parte da solução? Será importante conseguir a neutralidade de carbono na UE até 2050?”.
Nestas jornadas, participaram 150 pessoas e acompanharam, online, cerca de 603, num total aproximado de 753 participantes ativos e passivos. Ou seja, foram mais os participantes efetivos do que os inscritos, o que é bastante positivo. “Estes dados revelam, acima de tudo, interesse por parte dos jovens e da comunidade em geral pelas questões relacionadas com a Educação Ambiental”, indica a ASPEA, no mesmo comunicado.
Durante três dias intensos de trabalho e partilhas de experiências, destacam-se os temas Educação Ambiental e Participação Social para a Ação Climática, Educação Ambiental como forma de alcançar um Modelo de Economia Circular, Educação e Voluntariado Ambiental para uma Cultura de Corresponsabilização, Educação Ambiental como promotora da Cultura Democrática nas Políticas Públicas, e sobre os quatro eixos temáticos que agregaram 14 comunicações.
De acordo com a ASPEA, estas jornadas permitiram ainda receber o conhecimento e experiência que os oradores dos painéis “Educação Ambiental e Cultura Democrática” e “Educação para o Desenvolvimento e Cultura Democrática” partilharam e debateram com o grupo de participantes.
Realizaram-se 11 oficinas e visitas (algumas delas com dupla edição) a que se associaram 4 eventos paralelos / fechados direcionados para a “Visita a Projetos Locais de ED”, o “Encontro de Monitores do Projeto Rios”, o “Encontro de ONGAS – ENED” e o “Encontro da Agência Jovem de Notícias”.
Em jeito de conclusão, Filomena Martins partilha: “Sabíamos ao que vínhamos e durante diversos momentos das jornadas foram recorrentes afirmações como participação, ação, espírito crítico, interdependência, motivação e novo modelo de vida que nos levam a repensar-nos enquanto Humanidade, num processo de reconstrução em que as emoções, os sentimentos e os afetos se ligam num processo de articulação entre a razão e a emoção, em linha com a afirmação de António Damásio, neurocientista português, que numa das suas obras referiu “O Homem está a evoluir para conciliar a emoção e a razão” ou seja que as emoções e os sentimentos são essenciais para a tomada de decisão (a emoção fornece incentivos positivos ou negativos para a ação)”.