No dia 10 de novembro celebra-se o Dia da Salvaguarda do Pinguim e a Arca de Noé Lisboeta encarrega-se de “dar a conhecer o fantástico mundo destas aves, visando consciencializar para a sua proteção”. Os pinguins são animais emblemáticos que estão ameaçados como consequência do comportamento humano, nomeadamente pela pesca excessiva e a poluição dos seus habitats, sobretudo por derrames de petróleo.
Ao todo existem 18 espécies de pinguins e apenas uma habita acima da linha do Equador. A espécie acolhida pelo Jardim Zoológico é o Pinguim-do-cabo (Spheniscus demersus) – o único que habita a zona temperada do continente africano. Como qualquer ave, o pinguim é ovíparo e esconde os seus ovos em ninhos. O Pinguim-do-cabo constrói o ninho em tocas, debaixo de pedras ou de vegetação, de modo a ficar protegido do sol. Esta espécie é reconhecida, desde 2010, como “Em Perigo” pela UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza).
De acrdo com a nota enviada, “estas aves são adaptadas à vida marinha e, por isso, são ótimos nadadores e mergulhadores. As asas funcionam como barbatanas e a forma das patas ajudam-nos a nadar. Quando mergulham para capturar alimento, sustêm a respiração em média durante cerca de 45 segundos, mas podem atingir os 150 segundos. Bebem água salgada e as suas próprias glândulas são capazes de filtrar o sal da água que, posteriormente, é libertado através do bico”.
Os Pinguins-do-cabo têm uma característica bastante singular: são animais monogâmicos, ou seja, quando encontram o seu par, permanecem juntos a vida inteira. Têm penas que, com a ajuda de pequenos músculos, se unem e formam uma camada de ar que os mantem quentes e secos. Têm cor escura nas costas e clara no ventre para se camuflarem e se esconderem dos seus predadores: as orcas e as focas. Quando são vistos de cima, a cor escura das penas confunde-se com o fundo do mar e, quando vistos por baixo, a cor clara confunde-se com a luz da superfície marinha.
A população de Pinguins-do-cabo do Jardim Zoológico tem já vários casais estabelecidos, fazendo habitualmente duas posturas por ano. O papel do Zoo é fundamental na medida em que participa no Programa Europeu de Reprodução (EEP) desta espécie. Estes programas abrangem espécies presentes nos zoos que fazem parte da Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA). Este EEP tem gerado resultados de sucesso assinaláveis no que toca à reprodução, muito devido ao programa de enriquecimento ambiental estabelecido. Através deste programa, os animais são estimulados a vários níveis (alimentar, social, sensorial, ocupacional e físico) e, inclusivamente, são-lhes disponibilizados diferentes materiais para a construção de ninhos (areia, pedras, ramos), proporcionando condições favoráveis à reprodução da espécie.
Desde 2017, que o Jardim Zoológico apoia a SANCCOB – Fundação para a Conservação das Aves Costeiras da África do Sul. Esta organização sem fins lucrativos pretende reverter o declínio das populações de aves marinhas doentes, feridas, abandonadas ou afetadas por derrames de petróleo, através do seu resgate, reabilitação e libertação.
O Jardim Zoológico apela assim para que os cidadãos se juntem também a “esta causa e visite a morada mais selvagem de Lisboa no dia da Salvaguarda do Pinguim. Aprenda sobre esta espécie e sobre as problemáticas que enfrenta, contribuindo para evitar a sua extinção”.