Até o final de 2016, a Jamaica acrescentará 115 megawatts (MW) de capacidade à rede elétrica, gerados a partir de fontes renováveis não convencionais, numa tentativa de reduzir o custo da energia e diversificar 30% de sua matriz energética até 2030. Neste país, 90% da geração elétrica ocorre a partir de combustíveis fósseis, mas o governo comprometeu-se a reduzir suas emissões de dióxido de carbono (CO2) aumentando a participação das energias renováveis dos atuais 9% para 15% até 2020.
Uma Política Nacional de Energia guia as ações para reduzir os custos e cumprir os acordos internacionais de redução de emissões contaminantes e causadoras do aquecimento global. Entre as medidas destacam-se os planos para reduzir de 90% para 30% a eletricidade gerada a partir de petróleo.
A dependência dos combustíveis fósseis também implica um custo para o país, devido à elevada contaminação local, gastos com saúde e sua contribuição para a mudança climática. De acordo com o segundo relatório nacional para a Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (CMNUCC) de 2000, o setor energético representava 86% dos 9.532 gigagramas (Gg) de emissões de CO2, bem acima dos 1.114 Gg registados em 1994.
Além disso, segundo o setor empresarial, o elevado custo da energia é uma barreira importante para o desenvolvimento económico deste país caribenho, e é uma das principais causas de sua paralisia. Com um custo de 0,40$ norte-americanos por quilowatt por hora (KW/hora), a população local paga uma das maiores faturas de eletricidade da região.
Em 2011, a Jamaica destinou 1,48 mil milhões de dólares norte-americanos, 15% de seu produto interno bruto (PIB), à importação de petróleo. E, mesmo com o atual preço do petróleo abaixo dos 34$ norte-americanos o barril, dos menores na história, a queda do dólar jamaicano, o possível aumento do petróleo e as perdas de 22,3% na geração e distribuição (segundo estimativas desse ano) tornam pouco provável que esse país se afaste do curso fixado pela política energética.
As estimativas sugerem que dez fazendas eólicas médias, com capacidade de 60 megawatts (MW) cada uma, poderiam cobrir as necessidades de mais da metade da ilha. Em 2015, o Estado convidou várias empresas a realizarem ofertas para participarem de inciativas do governo para reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis. Foram investidos mais de 200 milhões de dólares norte-americanos para lançar uma mescla de projetos eólicos e solares.
O Escritório de Regulamentação de Serviços (OUR), responsável por supervisionar as operações das companhias públicas, aprovou 80 MW de capacidade adicional,com os 36,3 MW produzidos pela fazenda eólica de Blue Mountains Renewables e 24,4 MW adicionais pela Estatal de Wigton.
Para completar os 115 MW estipulados em 2015, foi aprovada a proposta da empresa Content Solar Limited (CSL), subsidiária jamaicana da WRB Enterprises, com sede no Estado norte-americano da Flórida, para construir uma fábrica de energia solar fotovoltaica de 20 MW que, segundo seu presidente, Robert Blenker, fornecerá eletricidade suficiente para 20 mil residências.
Por último, foram licitados outros 37 MW no final do ano passado.
Os planos da Content Solar coincidem com os compromissos de tornar a eletricidade mais barata e alcançar maior eficiência no fornecimento, como estipula a nova lei.
O Instituto WorldWatch estima que, com investimentos da ordem de 6 mil milhões de dólares norte-americanos, poder-se-ia elevar a contribuição do setor das energias renováveis para a matriz elétrica jamaicana em até 93% até 2030, e ao mesmo tempo reduzir o custo da energia.