A portuguesa Blue Oasis Technology, a norueguesa Tekslo Seafood e a argentina FeedVax são as grandes vencedores da quarta edição do programa de aceleração Blue Bio Value. O anúncio foi transmitido esta quinta-feira, 25 de novembro, pela Fundação Oceano Azul e a Fundação Calouste Gulbenkian.
Com uma duração de sete semanas – cinco remotas e duas presenciais –, a edição deste ano do Blue Bio Value contou com a participação de 14 empresas internacionais e quatro portuguesas, culminando no pitch final das dez startups finalistas.
Fundada em Portugal, em 2021, a Blue Oasis Technology, cria e instala “recifes” artificiais neutros em carbono, que permitem a recuperação de ecossistemas marinhos danificados e a reversão do declínio da biodiversidade do Oceano. A solução BluBoxx desenvolvida pela startup permite também o registo de parâmetros ambientais e a transmissão de dados, podendo ser instalada nas estruturas de recife ou noutras estruturas subaquáticas.
A norueguesa Tekslo Seafood centra-se na comercialização de produtos alimentares inovadores, utilizando algas marinhas recolhidas de forma sustentável no Atlântico Norte. Fundada em 2017, a empresa tem como objetivo criar grandes marcas internacionais incluindo as algas nas dietas diárias.
Já a startup FeedVax, fundada em 2017, na Argentina, detém uma plataforma para preparação de vacinas orais para peixe de aquacultura. Comercializam atualmente uma vacina oral contra a Streptococcosis na tilápia, combinada com a ração e resistente ao meio gástrico. Esta vacina oral é uma solução que simplifica a vida dos produtores, elimina o stress dos peixes e a utilização do uso de antibióticos.
As três startups que mais se destacaram são agora premiadas com um valor total de 45 mil euros, que será utilizado na Blue Demo Network, uma plataforma focada na bioeconomia azul, criada para ajudar as startups a encontrar nas infraestruturas e serviços portugueses, respostas às suas necessidades.
Na cerimónia de encerramento do programa, José Soares dos Santos, chairman da Fundação Oceano Azul, congratulou os participantes, salientando que “todos são vencedores são agentes de mudança, tendo à sua frente a tarefa mais desafiante do mundo: persistir e acreditar que é possível mudar o paradigma e viver em equilíbrio com a natureza”.
Na mesma ocasião, a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, lembrou que a resposta à crise climática e ambiental exige soluções baseadas no oceano, e que neste contexto, “todos os participantes contribuem para responder aos maiores desafios da humanidade. Vocês são o testemunho de que a jornada é, de facto, o destino”.
O Blue Bio Value Acceleration é um programa de aceleração focado na bioeconomia azul que pretende contribuir para a procura e descoberta de soluções sustentáveis e baseadas no oceano, que promovam o desenvolvimento de um novo modelo económico não destrutivo do capital natural azul.
O programa permite que os projetos selecionados validem a sua tecnologia, adquiram competências de gestão e criem bases para escalar os seus negócios, sustentáveis e economicamente viáveis. Nesta edição, participaram startups que criam soluções como produtos naturais de cuidado capilar com ingredientes portugueses do mar, nomeadamente da Ria Formosa; que desenvolvem tecnologias de biofiltração para tratamento de águas contaminadas, ou ainda, que produzem bioplásticos biodegradáveis para substituir embalagens alimentares. Desde 2018, o Programa Blue Bio Value recebeu e acelerou 59 empresas de 19 nacionalidades e receberam orientação de mais de 60 mentores.
As Fundações Oceano Azul e Calouste Gulbenkian acreditam que a bioeconomia azul terá um papel crucial na resposta a alguns dos maiores desafios que o mundo enfrenta atualmente. Neste contexto, pretendem contribuir para que Portugal se torne num polo europeu relevante e inovador no desenvolvimento da mais moderna bioeconomia marinha.