ISQ assina acordo de cooperação para introdução de IA na área da energia
O ISQ acaba de assinar uma parceria com a francesa DCBRAIN, passando a oferecer ao mercado uma solução tecnológica de gestão de redes complexas de gás baseada em Inteligência Artificial (IA). O objetivo, segundo a empresa, é “conhecer o comportamento da mistura de gás na rede o que irá permitir cobrar de forma justa o consumidor”. Este serviço está preparado para suportar as operadoras aquando do início da injeção de hidrogénio na rede, refere o ISQ, num comunicado.
De acordo com Pedro Matias, presidente do ISQ, “no atual contexto de transição energética as empresas enfrentam desafios de grande complexidade, cuja resposta exige abordagens inovadoras como as baseadas em Inteligência Artificial. Com a parceria agora estabelecida com a DCBrain, será possível disponibilizar ao mercado soluções mais completas e integradas. Esta solução representa um salto qualitativo da maior relevância que poderá ser um ativo muito valioso para as redes de transporte de gás em Portugal”.
A meta da neutralidade carbónica até 2050 requer que os sistemas e infraestruturas existentes sejam capazes de gerir o influxo de quantidades crescentes de biogás e hidrogénio. Entre os desafios futuros estão a mistura de gases com poder calorífico variável, a rastreabilidade da respetiva origem da fonte e o carácter dinâmico das misturas.
“Ao mesmo tempo, a interconectividade entre redes de gás e eletricidade e a tendência para a descentralização do mercado, aumentam significativamente o âmbito e complexidade da tomada de decisões para os TSO (Transmission System Operator) e DSO (Distribution System Operator), tudo num ambiente regulatório em mudança”, refere Pedro Matias.
Para o ISQ, a complexidade de operação e gestão destas redes exige, por isso mesmo, “novas abordagens”, onde a “digitalização combinada com mecanismos baseados em Inteligência Artificial” têm um papel fundamental.
“O ISQ já dispõe, há vários anos, de um conjunto de soluções para a melhoria da eficiência e segurança de instalações, equipamentos e apoio à conversão em energias renováveis. Com a plataforma INeS (DCBrain), torna-se possível transformar as redes de gás em sistemas inteligentes e suportar tomadas de decisão operacionais e estratégicas”, acredita o presidente do ISQ.
De acordo coma. empresa, os principais problemas associados à injeção de Hidrogénio (H2) na rede estão relacionados com a integridade da rede e com o fair billing (dado que a mistura de gás natural e hidrogénio tem um poder calorífico mais baixo do que gás natural puro). Por isso, com a plataforma INeS é possível fazer a simulação digital dos diferentes pontos de injeção de H2 ou Biometano, assim como identificar os diferentes pontos de consumo. “Esta solução permite modelar e conhecer a concentração de H2 ou Biometano nas diferentes regiões da rede de gás”, assegura a empresa.