A República da Irlanda reconheceu hoje oficialmente o estado de “emergência climática” como resultado do aquecimento global, tornando-se no segundo pais do mundo a dar esse passo, depois do Reino Unido. A Câmara dos Deputados de Dublin (Dáil) aprovou na quinta-feira uma emenda nesse sentido proposta do principal partido de oposição, o centrista Fianna Fail, uma medida que contou com o apoio do governo conservador.
O ministro irlandês para as alterações climáticas, Richard Bruton, sublinhou que esta questão é o “maior desafio” que a humanidade enfrenta e advertiu que se está “a atingir o limite da deterioração ambiental”. “Tudo se vai deteriorar muito rapidamente, a menos que ajamos imediatamente, porque a janela de oportunidade está a fechar-se”, disse o dirigente democrata-cristão.
Bruton lembrou que o debate sobre a mudança climática surgiu graças às “manifestações estudantis” em todo o mundo com a exigência de medidas urgentes dos parlamentos e governos nacionais. Entre esses jovens ativistas destaca-se a promotora da iniciativa “Sexta-Feira para o Futuro”, a adolescente sueca Greta Thunberg, que conseguiu que milhares de estudantes europeus estivessem nas ruas semanalmente para exigir dos seus líderes que avancem com mudanças.
“Notícias fantásticas da Irlanda! Quem é o próximo?”, escreveu Thunberg na sua conta no Twitter depois de ouvir sobre a decisão tomada pelo Parlamento irlandês. “E lembre-se: #ClimateEmergency significa deixar combustíveis fósseis no solo”, acrescentou a jovem ativista.
O parlamento britânico declarou a 1 de maio “emergência climática”, sendo o primeiro país a fazê-lo. A decisão é simbólica e surgiu depois de um crescente aumento de manifestações pelo clima, tendo o Governo do Reino Unido anunciado o reforço de medidas para combater as alterações climáticas.