IPMA: Água do mar mais quente este mês resulta de fenómeno atmosférico
A água do mar mais quente que se tem registado este mês, com 2ºC acima do habitual nesta altura do ano, resulta de um fenómeno atmosférico que impede a movimentação habitual das camadas de água no oceano, lê-se no site da Lusa.
Segundo as informações do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) divulgada esta terça-feira indica que uma depressão a oeste da Península Ibérica condiciona o vento na costa ocidental portuguesa e está a impedir a circulação até à superfície de água fria das zonas mais profundas, movimentação oceânica designada como afloramento costeiro, que produz também o enriquecimento da água superficial com nutrientes.
“Nas regiões onde ocorre o afloramento costeiro, a temperatura da água do mar é mais baixa, visto que a sua origem está em camadas mais profundas do oceano e o vento predomina de norte ou noroeste. Entre os dias 1 e 8 de julho, a existência de uma depressão centrada a oeste da Península Ibérica condicionou o regime de vento junto à costa ocidental portuguesa, predominando o vento oeste ou sudoeste, não permitindo que o fenómeno de afloramento costeiro ocorresse”, refere o IPMA.
Em consequência, os valores da temperatura da água do mar à superfície têm sido mais elevados que os valores normais para esta época do ano em cerca de dois graus celsius. Segundo o IPMA, “em julho, os valores da temperatura da água do mar à superfície foram da ordem dos 18ºC e superiores a 19°C nos primeiros dias do mês”.
As observações da da água do mar em tempo quase real são obtidas através da rede de boias multiparamétricas do Instituto Hidrográfico, uma vez que o IPMA não dispõe de boias para monitorização da temperatura da água do mar à superfície, mas recorre também a sistemas de deteção remota.