Investir mais nas tecnologias é algo que se exige no caminho que está ser feito, diz Siza Vieira
O Portugal Smart Cities Summit 2020 foi o primeiro evento realizado pela Fundação AIP depois do período de confinamento a que o mundo esteve sujeito devido à pandemia Covid-19.
Para encerrar estes três dias de certame, foi convidado o ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, que fez questão de assinalar a importância do momento, que marca o arranque da atividade do segmento de eventos e feiras, destacando a “confiança” que é possível exercer na “atividade profissional”, no “conjunto de atividades económicas”, e “procurar ter uma vida social” de uma forma que é “compatível” com as exigências de “salvaguarda da saúde pública”. O ministro recorda que todos já “pagámos um preço muito elevado” pelo “confinamento estrito” que foi preciso fazer no início desta crise, seja em termos de “saúde mental, saúde física e economia”, havendo “agora condições” para “encararmos a nossa atividade, vida social e económica” de forma diferente: “Conhecemos muito melhor esta doença e este vírus”.
E porque “smart cities” é o foco central deste evento, Siza Vieira destaca que “uso de novas tecnologias” nos meios urbanos permite proceder a uma “gestão mais eficiente dos recursos”, “reduzir o desperdício” e “melhor gerir toda a nossa atividade”, oferecendo mais “qualidade de vida às populações” e “produtividade às empresas”. Nestas matérias, não restam dúvidas de que o “caminho está a ser feito” e que “nos coloca num patamar elevado daquilo que as potencialidades tecnológicas nos oferecem” e que muito se deve ao “trabalho das cidades, empresas e investigadores”. Siza Vieira, contudo, alerta que se trata de um caminho que vai acelerar cada vez mais: “No próprio momento em que esta pandemia questiona a forma como vivemos nas nossas cidades, nos deslocamos ou permanecemos nos locais de trabalho e, até, na forma como nos concentramos”, é percetível que “todas estas tendências vão acelerar a necessidade de multiplicar os investimentos nessas tecnologias e na sua utilização na vida quotidiana das nossas cidades”. E se, hoje em dia, é “evidente” o “potencial” destas tecnologias, o responsável realça também a “oportunidade” de ser possível “dispor” dos “recursos financeiros” para “podermos concretizar essas potencialidades”.
Dentro das prioridades e regras que a União Europeia (UE) definiu para Portugal, Siza Vieira considera que há agora uma “oportunidade” para “construir em conjunto a forma como vamos, utilizando toda a panóplia de recursos, ser capazes de investir no nosso futuro”, de forma “responsável, transparente e positiva”. Mas, para que tal seja cumprido, o responsável alerta que este é “um exercício que tem mesmo de ser de todos”, até porque as verbas estão “ao serviço da comunidade” e esta será chamada para “geri-las ao longo de 10 anos, bem como “os vários governos que se irão suceder. No final, quem vai aplicar as verbas “serão as empresas, autarquias e cidadãos que também se vão suceder”, perspetiva o ministro que insiste no combate a atitudes derrotistas como dizer que os “montantes” da UE são “insuficientes” e/ou que Portugal “não vai saber aplicá-los”: “Hoje, se somos um país mais competitivo, mais exportador e mais inovador, foi feito contando como o apoio e solidariedade da UE”. Portanto, “há bem a noção de que somos capazes de aproveitar os recursos que colocam à nossa disposição de uma forma produtiva em benefício da comunidade”, remata.