Investimentos no setor energético crescem a uma taxa anual de 17% desde 2008
O número dos investimentos das 33 maiores empresas do setor energético tem crescido a uma taxa anual de 17% desde 2008. A conclusão é do relatório “Energy Trends” apresentado pela NTT DATA. Neste relatório, a consultora global de negócios e tecnologia analisou o investimento dos fundos de capital de risco das empresas em startups no setor energético. Estes investimentos revelam o empenho das grandes empresas do setor em tecnologias inovadoras e representaram um volume de negócios total de 5,98 mil milhões de euros entre 2018 e 2020.
O relatório tem por objetivo oferecer uma “visão geral das atuais tendências macro do setor energético”, em termos de “investimentos de capital de risco em startups tecnológicas e novos modelos de negócio”, oferecendo a possibilidade de “antecipar potenciais mudanças”, considerando os “investimentos efetuados”. Para isso, o estudo destaca “diferentes tendências e casos de negócio”, oferecendo uma “visão aprofundada das respostas e soluções que estão a ser disponibilizadas pela abertura do ecossistema de inovação”, explica a consultora, num comunicado.
Tem havido uma mudança impulsionada por várias iniciativas, como o Green New Deal, a Lei Europeia do Clima, que visa fazer da União Europeia a líder global do combate às alterações climáticas, e as obrigações NextGen no setor energético. Esta distribuição, segundo o estudo, reflete o “forte empenho” na mudança do paradigma energético, uma vez que “30% do total dos fundos da UE serão investidos em planos energéticos e climáticos”.
Este estudo compreendeu a análise dos investimentos das 33 maiores empresas do setor energético por volume de negócios, de 2018 a 2020 (período em que foram feitos 317 investimentos em 258 startups).
6 mil milhões de euros de investimento
Desde 2008 que os investimentos têm permanecido numa “trajetória ascendente”, tendo registado um “crescimento anual de 17%”. Contudo, tal como indica o estudo, a pandemia que surgiu em março de 2020 causou uma “queda significativa” do número de negócios e investimentos: “A indústria estima que os negócios poderiam ter atingido os 132 investimentos, caindo para 46 em 2020, num total de cerca de 6 mil milhões de euros”, lê-se no comunicado.
” O Energy Trends Report demonstra que o setor energético está muito empenhado em inovar para melhorar a vida dos cidadãos de todo o mundo, o que se traduz no surgimento de novas fontes de energia e tecnologias, que contribuirão para um planeta mais verde e mais qualidade de vida das populações”, declara Luís Vaz de Carvalho, Associate Partner & Head of Utilities NTT DATA Portugal, citada no mesmo comunicado.
Investimento por área geográfica
Os principais hubs de investimento, tendo por base as sedes das startups que receberam investimento, encontram-se nos Estados Unidos e na Europa, com a Califórnia e a Alemanha a destacarem-se. Os EUA são responsáveis por quase 50% de todos os casos de investimento, enquanto o Velho Continente é responsável por quase 40%. No entanto, estes locais de investimento estão a criar espaço para os mercados emergentes, em particular o Médio Oriente (realizou 8% do total dos investimentos efetuados).
A região LATAM, a Ásia, o Médio Oriente e a África começam a desenvolver os seus ecossistemas inovadores, graças ao impulso que as grandes empresas estão a dar às startups nas suas próprias regiões.
Tendências da indústria e uma visão para 2030
Em última análise, estes dados (volume de investimento, número de casos, CVCs, investimento em startups) deverão continuar a aumentar ano após ano, devido ao impulso potenciado pela ajuda governamental e pelas medidas lançadas a favor destes novos modelos. O investimento direto em energias renováveis através dos fundos Next Generation, ou o empenho dos Estados Unidos e da Ásia em modelos de produção, armazenamento e mobilidade mais limpos, levam a prever um “crescimento exponencial da inovação no setor nos próximos anos”, aplicando “modelos disruptivos” que aumentam o valor do setor energético e as suas possíveis aplicações.
De acordo com o estudo, este crescimento será também impulsionado pela “consolidação de novos modelos de colaboração entre empresas e startups”, modelos que são altamente atrativos para ambas as partes, oferecendo “menor risco e maior independência para as startups sem limitar o seu crescimento ou agilidade”.