O mercado eólico nacional está a revelar ser um porto seguro para investidores estrangeiros, que só no último mês fecharam negócios em torno de 2 mil milhões de euros, adquirindo ativos correspondentes a quase um terço da capacidade instalada no país para produzir eletricidade através do vento, noticia o jornal Expresso.
O facto de o Governo ter dado como concluída a sua intervenção no sector elétrico, sem grandes perturbações para as empresas de energia eólica, permitiu o fecho, nas últimas semanas, de um leque de grandes transações. O que explica esta vaga de investimento externo nos parques eólicos é, segundo Aníbal Fernandes, presidente do consórcio eólico Eneop, “o facto do ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, ter estancado as asneiras que se fizeram antes”. Se em Espanha, diz o gestor, “o Estado conseguiu matar os negócios eólicos”, em Portugal o ministro do Ambiente adotou uma estratégia mais inteligente.
Foi descartada a ideia de ser aplicada uma taxa igual para todos os produtores (que chegou a estar em análise no início do Governo PSD/CDS) e negociou-se com as empresas eólicas o pagamento voluntário de uma contribuição para o sistema elétrico, sem impor unilateralmente um corte nas tarifas de venda de energia. A generalidade dos atores do sector eólico passaram quase incólumes pela intervenção do Executivo nas chamadas rendas da energia.
As empresas decidiram pagar até 2020 uma contribuição anual de 5000 euros ou 5800 euros por cada MW instalado, mas esse pagamento dará direito a estender por cinco ou sete anos, respetivamente, o prazo de tarifas garantidas na venda de energias.