A mostrar que as alterações climáticas não são uma qualquer ameaça remota, os recordes de temperaturas e a multiplicação de fenómenos climáticos extremos – e estranhos – vão-se sucedendo a um ritmo que, também ele, parece cada vez mais rápido, refere o Diário de Notícias.
Este último inverno foi um caso exemplar, com as temperaturas médias globais acima da média a baterem recordes sucessivos, a cada novo mês: primeiro outubro, depois novembro, dezembro e janeiro. Foi assim na Europa e também em Portugal.
O último outubro, por exemplo, foi o mais quente a nível mundial, desde que há medições instrumentais de temperatura, por comparação com a temperatura média deste mês dos últimos 150 anos. Em Portugal, a tendência foi idêntica e por cá só não se tratou também de um recorde absoluto porque outro fenómeno extremo se meteu pelo meio: as chuvas torrenciais, acompanhadas de temperaturas mais baixas, causaram inundações raras no Algarve.
Novembro e dezembro seguiram as mesmas pisadas e janeiro não saiu do mesmo padrão ameno. A análise do IPMA sobre o mês de janeiro em Portugal foi clara: um mês “muito chuvoso e extremamente quente” tendo o valor da temperatura máxima sido o terceiro mais elevado dos últimos 85 anos, ou seja, desde 1931.